Serviços ambientais gerados a partir dos habitats prioritários da onça-pintada superam seis vezes a atividade econômica da região
No Dia Internacional da Onça-Pintada, celebrado hoje (29), o WWF lançou o estudo “Conectando pontos: o valor socioeconômico dos habitats da onça-pintada na América Latina”, que quantifica a relevância dos habitats dessa espécie como pilares para serviços ecossistêmicos essenciais. O estudo avalia que 15 paisagens prioritárias para a onça-pintada geram serviços ambientais estimados entre US$ 1,5 bilhão e US$ 4 bilhões por ano, ultrapassando em até seis vezes a atividade econômica local.
Essas áreas estratégicas cobrem 244,3 milhões de hectares em 14 países e são cruciais para a manutenção de populações saudáveis de onças-pintadas, além de contribuírem para a biodiversidade e a oferta de serviços ecossistêmicos vitais, como água limpa e estabilidade climática. Além disso, elas beneficiam diretamente 62 milhões de pessoas e movimentam US$ 708,3 bilhões anualmente em atividades econômicas diversas. A contribuição por hectare é estimada em US$ 15.800 a US$ 22.200 anuais.
A Paisagem da Mata Atlântica Costeira Brasileira, que inclui as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, representa 54,4% da população total e 66,1% da produção econômica total dessas paisagens.
O valor econômico em torno dos serviços ecossistêmicos atrelados a esses habitats destaca a importância de investir na conservação da espécie. No entanto, de acordo com a análise do WWF, o financiamento público atual para a proteção dessas paisagens permanece insuficiente, o que reforça a necessidade de aumentar o comprometimento e os investimentos para conservar tanto esses ecossistemas, quanto os serviços essenciais que eles oferecem.
“A onça-pintada é muito mais do que um símbolo cultural; ela representa um recurso estratégico para a estabilidade ambiental e econômica da região. Proteger seus habitats também significa resguardar uma fonte de riqueza natural que impulsiona o desenvolvimento sustentável na América Latina”, disse Roberto Troya, Diretor Regional do WWF para a América Latina e Caribe.
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