Na última semana, o Rio Grande do Sul foi devastado por chuvas históricas que resultaram na morte de mais de 150 pessoas. No entanto, nem mesmo a magnitude dessa tragédia foi capaz de sensibilizar os negacionistas climáticos.
Esses grupos, frequentemente motivados por ignorância ou conveniência política, continuam a rejeitar a realidade da crise climática e têm se dedicado a ataques contra a imprensa e a ciência, promovendo teorias conspiratórias sem fundamento.
A agência de notícias AFP forneceu uma análise detalhada das respostas dos negacionistas. Uma das teorias que tem ganhado força no Twitter, agora conhecido como X, é a de que as chuvas no Rio Grande do Sul foram causadas pelo HAARP (High-frequency Active Auroral Research Program). Este programa militar dos Estados Unidos, que estuda a ionosfera por meio de antenas instaladas no Alasca, tem sido repetidamente alvo de teorias conspiratórias, sendo acusado de causar tempestades, secas e até terremotos.
A teoria do HAARP ressurgiu com força entre os conspiracionistas, apesar de inúmeras refutações científicas. Eles alegam que o programa tem a capacidade de manipular o clima, uma ideia que, embora sem base científica, continua a ser disseminada por aqueles que desconfiam das explicações científicas convencionais.
Outra teoria conspiratória que foi importada dos Estados Unidos e ganhou tração entre os negacionistas climáticos no Brasil é a dos chemtrails, ou “rastros químicos”. Segundo essa teoria, substâncias químicas teriam sido liberadas por aeronaves militares na atmosfera, causando as chuvas intensas no Sul do Brasil. Na realidade, os rastros deixados pelas aeronaves são apenas vapor d’água condensado misturado com fuligem e poluentes da queima de combustível, mas isso não impede que a teoria continue a ser propagada.
Essas teorias não são apenas errôneas; elas são perigosas. A desinformação em torno da crise climática e os ataques a jornalistas e cientistas comprometem os esforços para lidar com os impactos das mudanças climáticas. Os negacionistas frequentemente associam suas teorias a um discurso político de extrema-direita, utilizando as tragédias climáticas para reforçar suas narrativas.
No Brasil, o movimento bolsonarista tem utilizado a tragédia no Rio Grande do Sul para promover o negacionismo climático e atacar a imprensa e a ciência. Em vez de reconhecer a gravidade da crise climática e apoiar medidas de mitigação, esses grupos preferem disseminar desinformação e teorias conspiratórias.
A disseminação dessas falsas narrativas representa um obstáculo significativo na luta contra as mudanças climáticas. Em um momento em que ações coordenadas e baseadas em evidências são mais necessárias do que nunca, a proliferação de desinformação só dificulta a mobilização para soluções eficazes. É essencial que a sociedade, a imprensa e os cientistas continuem a combater a desinformação, promovendo a compreensão correta dos fenômenos climáticos e a urgência de medidas para enfrentar a crise climática global.
A tragédia no Rio Grande do Sul é um doloroso lembrete da realidade das mudanças climáticas e da necessidade de uma ação concertada para mitigar seus impactos. Combater o negacionismo e as teorias conspiratórias é crucial para garantir que a resposta a essa crise seja eficaz e baseada na ciência.
*Com informações CLIMA INFO
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