O setor de informação e comunicação registrou a maior elevação de ocupações no trimestre. Paralelamente, o desemprego recua, refletindo otimismo na economia segundo o IBGE.
A queda na taxa de desemprego brasileira no terceiro trimestre deste ano foi registrada em 7,7%. No trimestre anterior, o valor estava em 8% e, no mesmo período do ano anterior, em 8,7%. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou esses dados na terça-feira (31) no Rio de Janeiro, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua.
O índice mais baixo de desemprego desde o final de 2015 foi 6,6%. O terceiro trimestre deste ano registrou 8,3 milhões de desempregados, uma redução de 3,8% em relação ao trimestre anterior e 12,1% menor que no terceiro trimestre de 2022.
A população empregada atingiu 99,8 milhões, marcando um crescimento de 0,9% em relação ao trimestre anterior e 0,6% em comparação ao mesmo período do ano passado. Esse é o maior número registrado desde que a série histórica começou em 2012.
O percentual da população empregada em relação àquelas em idade para trabalhar, conhecido como nível de ocupação, foi de 57,1%. Esse valor mostra um aumento em relação ao segundo trimestre (56,6%) e estabilidade quando comparado ao terceiro trimestre de 2022.
Adriana Beringuy, pesquisadora do IBGE, destacou: “Temos simultaneamente um número maior de pessoas ocupadas e um recuo da pressão no mercado de trabalho [ou seja, um número menor de pessoas procurando emprego]. Isso contribui para uma queda consistente dessa taxa de desocupação”.
Informalidade e formalidade no mercado
No que se refere à informalidade, havia 39 milhões de trabalhadores informais, equivalendo a 39,1% do total da população empregada. No trimestre anterior, esse número era de 39,2% e no terceiro trimestre do ano anterior, era de 39,4%.
O terceiro trimestre do ano registrou 37,4 milhões de empregados com carteira assinada no setor privado, desconsiderando trabalhadores domésticos. Esse número indica um crescimento de 1,6% em relação ao trimestre anterior e 3% em relação ao ano. Este é o maior valor desde janeiro de 2015, que teve 37,5 milhões.
No entanto, os empregados sem carteira no setor privado, totalizando 13,3 milhões, mantiveram-se constantes tanto no trimestre quanto no ano.
Adriana comentou: “Dada uma queda muito acentuada na demanda por bens e serviços na pandemia, as atividades consideradas formais, como a indústria e os serviços de maior valor agregado, suprimiram muito a absorção de trabalhadores”. Ela adicionou: “À medida em que o cenário vai se normalizando [no pós-pandemia], essas atividades mais formais têm sua demanda aquecida e voltam a contratar”.
Outros segmentos do mercado de trabalho
Trabalhadores autônomos totalizaram 25,5 milhões, mantendo-se estáveis nas comparações trimestral e anual. Os trabalhadores domésticos, por outro lado, permaneceram constantes em 5,8 milhões de pessoas.
Atividades e setores em destaque
Quando comparado ao segundo trimestre deste ano, o segmento com maior aumento no número de ocupados foi o de informação, comunicação, atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas, registrando um crescimento de 3,5%. Outros grupos não tiveram mudanças notáveis.
Em relação ao terceiro trimestre do ano anterior, houve incremento nos setores de transporte, armazenagem e Correios (4,3%), informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (5,2%) e no segmento de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (3,9%).
Por outro lado, houve uma redução no número de ocupados nos setores de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, que decresceu 3,8%, e em outros serviços, com queda de 4,5%.
Rendimentos e Salários
O salário médio do trabalhador foi de R$ 2.982, demonstrando um aumento de 1,7% no trimestre e 4,2% anualmente. A elevação foi influenciada principalmente pelos salários da indústria, que cresceram 5,3% no trimestre e 6,3% no ano.
A massa salarial habitual alcançou a marca de R$ 293 bilhões, estabelecendo um novo recorde na série histórica. Esse montante aumentou 2,7% em relação ao segundo trimestre do ano e 5% quando comparado ao terceiro trimestre de 2022.
Subutilização e desalento
O número de indivíduos subutilizados, isto é, pessoas que estão desempregadas ou trabalham menos do que gostariam, totalizou 20,1 milhões. Esse número manteve-se estável em relação ao trimestre anterior e foi 14% menor em relação ao terceiro trimestre de 2022.
A taxa de subutilização foi de 17,6%, permanecendo constante em relação ao trimestre anterior, mas apresentando uma queda quando comparada ao terceiro trimestre do ano anterior (20,1%). Essa foi a menor taxa desde o final de 2015, que foi de 17,4%.
A quantidade de pessoas fora da força de trabalho foi de 66,8 milhões, não apresentando mudanças em relação ao trimestre anterior e tendo um aumento de 3,2% em comparação ao terceiro trimestre de 2022. A população desalentada, que é composta por aqueles que não buscam emprego por diversos motivos, totalizou 3,5 milhões. Isso representa uma queda de 4,6% em relação ao trimestre anterior e de 17,7% comparado ao terceiro trimestre de 2022. Esse é o menor número desde o terceiro trimestre de 2016, que também foi de 3,5 milhões.
Com informações da Agência Brasil
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