Na esteira do Memorando de Entendimento entre Brasil e China no campo da ciência e tecnologia, assinado em abril durante uma visita da comitiva do presidente Lula a Pequim, as duas nações agora começam a delinear as áreas de interesse para sua cooperação bilateral. O conselheiro para Assuntos de Tecnologia Científica da Embaixada da China em Brasília, Lu Ping, e o secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Inácio Arruda, estiveram recentemente em uma reunião para traçar o caminho a seguir.
Brasil e China promovendo a educação científica
Um ponto de interesse compartilhado é a cooperação para a popularização da ciência e a educação científica. Além disso, ambos os países têm a possibilidade de colaborar na organização de competições científicas, como a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP-IMPA) e a Olimpíada de Professores de Matemática do Ensino Médio (OPMbr), organizada pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).
Essas olimpíadas têm o poder de premiar os vencedores com uma visita a Xangai. Lu Ping sugeriu que esses encontros poderiam ser expandidos para incluir pesquisadores de ambos os países.
A cooperação não se limita à educação. O conselheiro chinês mostrou interesse em trabalhar com o Brasil em equipamentos para a agricultura familiar, aplicativos de comércio eletrônico e esforços para combater a desertificação. Também foi expresso o interesse em projetos espaciais para pesquisas climáticas, como o telescópio Bingo, que está sendo construído na Paraíba, pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – uma unidade do ministério – em parceria com a empresa chinesa CETC54.
A China mostrou interesse em aprender com o Brasil sobre tecnologias sociais e economia solidária. Estes conceitos, que visam beneficiar a sociedade como um todo e promover a justiça social, poderiam fornecer à China novas ideias para aprimorar seu próprio desenvolvimento social e econômico.
Por fim, o secretário Inácio Arruda enfatizou o papel social da ciência e da tecnologia, lembrando que a criação da Secretaria de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social surgiu da vontade do presidente Lula de que a ciência e a tecnologia beneficiem a população mais carente.
Essas reuniões marcam um passo significativo para a implementação do memorando e aprofundam os laços de cooperação entre as duas nações.
No geral, a cooperação bilateral em ciência e tecnologia entre Brasil e China demonstra o desejo de ambas as nações de aprender uma com a outra e trabalhar juntas para o benefício mútuo. Esta cooperação poderia ter um impacto significativo em uma ampla gama de áreas, desde a educação científica até a pesquisa espacial e a economia solidária.
*Com informações do GOV.BR
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