Marcando novo capítulo nas relações comerciais entre Brasil e União Europeia, além do investimento no Fundo Amazônia, a reunião discutiu projetos que fortalecem parcerias econômicas, destacando o crescimento da corrente de comércio, investimentos estrangeiros e setores de interesse mútuo.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou durante uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, que a União Europeia irá doar 20 milhões de euros (cerca de R$ 104 milhões) para o Fundo Amazônia. Além disso, a União também está fazendo contribuições individuais por meio de diversos países. O anúncio reforça a liderança do presidente em questões climáticas e de biodiversidade, segundo Ursula.
O plano de investimento internacional da União Europeia contempla não apenas a doação para o Fundo Amazônia, mas também prevê o repasse de mais de 400 milhões de euros para ações de combate ao desmatamento e ao uso inadequado da terra na Amazônia. Ursula destacou a importância da Amazônia como uma maravilha da natureza e aliada fundamental contra o aquecimento global.
Outra medida do plano europeu é o apoio à produção brasileira de hidrogênio verde, com um investimento de 2 bilhões de euros, visando promover a eficiência energética na indústria. No total, o plano prevê investimentos de 10 bilhões de euros do bloco europeu em toda a América Latina e Caribe, com recursos complementares de países-membros e da iniciativa privada.
O encontro entre Lula e Ursula também abordou a relação comercial entre Brasil e União Europeia. O presidente ressaltou que a UE é o segundo maior parceiro comercial do Brasil, com uma corrente de comércio que poderá ultrapassar a marca de US$ 100 bilhões em 2023. O Brasil é o principal destino do investimento estrangeiro direto dos países da UE na América Latina, com foco nos setores de manufatura, infraestrutura digital e serviços.
O acordo Mercosul-União Europeia foi um dos temas centrais discutidos durante o encontro. Lula criticou o instrumento adicional apresentado pela União Europeia em março deste ano, que amplia as obrigações do Brasil e prevê sanções em caso de descumprimento. Para ele, a confiança mútua deve prevalecer entre parceiros estratégicos. Ursula expressou o interesse em finalizar o acordo ainda este ano, destacando que vai gerar vantagens para ambos os lados, promover investimentos, respaldar a reindustrialização do Brasil, integrar cadeias de suprimentos e aumentar a competitividade da indústria. Ela considera o acordo não apenas um acordo comercial, mas também uma plataforma para diálogo e engajamento de longo prazo.
Durante o encontro, também foram discutidas possibilidades de parcerias econômicas entre o Brasil e a UE. O petista enfatizou a importância de formar parcerias para o desenvolvimento sustentável e mencionou o reconhecimento, por parte da Europa e dos Estados Unidos, da importância da ação do Estado em políticas industriais, após ciclos de liberalismo exagerado. O presidente ressaltou que o Brasil tem ambições similares de reindustrialização e mencionou programas bilionários de subsídios adotados nos países desenvolvidos nesse sentido. Lula destacou a necessidade de unir capacidades em pesquisa, conhecimento e inovação como resposta ao desafio de geração de empregos e distribuição de renda. Ele também mencionou iniciativas nas áreas de tecnologias da informação, regulação do espaço digital, 5G e semicondutores.
Além disso, as tratativas para um potencial acordo de paz entre Ucrânia e Rússia também fizeram parte das conversas entre o presidente do Brasil e Ursula. Ambos concordaram que os impactos da guerra vão além das fronteiras ucranianas e expressaram o desejo de uma paz duradoura e justa na região.
Com a retomada das relações do Brasil com a União Europeia, o encontro entre os dois líderes evidencia o interesse mútuo em questões ambientais, econômicas e de cooperação internacional, visando promover o desenvolvimento sustentável, combater o desmatamento e fortalecer parcerias estratégicas.
Com informações da Agência Brasil
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