O descaso da União com o garimpo ilegal na Terra Yanomami nos últimos anos motivou uma ação judicial que pede indenização por danos ambientais, sociais e morais para as comunidades indígenas. A ação foi protocolada pela Associação Urihi no sábado (4/3), na qual cobra R$ 6,6 bilhões.
Para a entidade, a União se omitiu ao permitir a invasão do território Yanomami por cerca de 20 mil garimpeiros. A presença dos invasores é apontada como um dos principais fatores por trás da grave crise humanitária enfrentada pelos indígenas em Roraima.
O documento sustenta que o governo federal, especialmente a gestão Bolsonaro, não apenas falhou em proteger os indígenas, mas atuou na defesa das ilegalidades cometidas contra eles. A CNN Brasil deu mais informações.
Em contraste com a omissão criminosa da antiga gestão, o atual governo segue no esforço de retirada dos garimpeiros e de atender às necessidades urgentes do Povo Yanomami. Também no sábado, a ministra Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima) visitou o território para acompanhar as ações do IBAMA contra o garimpo.
Acompanhada de Rodrigo Agostinho, presidente do IBAMA, Marina destacou o impacto da atividade garimpeira no território Yanomami e a necessidade de reforçar a presença governamental na área.
“Queremos estrangular a entrada dos suprimentos do garimpo criminoso dentro da Terra Yanomami e fazer esse estrangulamento é não deixar entrar combustível, alimentação, garimpeiros, e não deixar também sair o produto criminoso do garimpo”, disse Marina, citada pelo g1.
Em São Paulo, a Polícia Rodoviária Federal deteve duas pessoas que transportavam 20 toneladas de cassiterita, uma carga estimada em R$ 3 milhões. Segundo o Metrópoles, a suspeita é de que o minério tenha sido extraído ilegalmente da Terra Yanomami. A apreensão aconteceu na BR-153, nas proximidades do município de Bady Bassitt.
Enquanto isso, em Brasília, a comissão temporária do Senado para a crise Yanomami segue “dando pano pra manga”. A APIB, Articulação dos Povos Indígenas, ingressou com petição no Supremo Tribunal Federal (STF) para que o senador Chico Rodrigues (PSB-RR), que preside o grupo, explique por que visitou o território Yanomami sem autorização da FUNAI e sozinho há duas semanas. Além de explicações, a APIB pede também que o senador apresente seu comprovante de esquema vacinal, incluindo imunização contra COVID-19. g1 e ((o)) eco deram mais informações.
Em tempo: Além da omissão na proteção dos Povos Indígenas, o governo Bolsonaro boicotou esforços da ONU para examinar suspeitas de genocídio indígena no Brasil. De acordo com Jamil Chade no UOL, a representante especial do secretário-geral da ONU para prevenção do genocídio, Alice Wairimu Nderitu, tinha programado uma viagem ao país em 2022, mas não teve resposta do Itamaraty a seu pedido de visto, o que impediu a viagem.
Texto publicado por CLIMA INFO
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