Marcado por uma gestão sem grande relevância, Leite – que substituiu o ex-ministro Ricardo Salles depois de escândalos de corrupção e uma gestão desastrosa no Meio Ambiente – teve fala sem relevante repercussão na COP
O ministro do Meio Ambiente do Brasil, Joaquim Leite, fez nesta terça-feira (15) seu primeiro discurso na Conferência do Clima da ONU, realizada no Egito este ano. Na fala, de poucos minutos, ele exortou o que seriam os resultados positivos do Brasil na produção de energia limpa e aproveitou para criticar indiretamente o governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
“Trouxemos para a COP do Clima o Brasil das energias verdes, com matriz elétrica com 85% renovável, recorde de instalação de eólicas e solar, devido à política de incentivo, um exemplo para o mundo”, disse.
Leite também destacou as parcerias que o Governo Federal fez com o setor privado e atacou a política dos governos de Lula e Dilma no combate ao desmatamento, quando medidas mais contundentes de comando e controle foram tomadas.
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“Desde 2019, trabalhamos junto com o setor privado para encontrar soluções climáticas lucrativas, para as empresas, as pessoas e a natureza, invertendo a lógica dos governos anteriores que só agiam para reduzir, multar e culpar”.
Mais adiante, fez uma referência aos programas realizados pelo Governo de esquerda com organizações não governamentais, o que, segundo ele, teria sido um erro.
“Diferente dos governos anteriores, onde o foco era enviar recursos somente para ONGs, nos últimos anos implementamos políticas junto com o setor privado, para dar escala a uma nova economia verde, com o objetivo de neutralidade até 2050. O mundo não será salvo pelos caridosos, mas sim pelos eficientes”, disse.
A fala de Joaquim Leite não teve repercussão expressiva no ambiente da Conferência, nem mesmo entre a delegação brasileira. O fracasso da política ambiental da gestão Bolsonaro, que tornou o atual governo totalmente desacreditado perante a comunidade internacional, aliada ao fato de que Lula estará na COP nos próximos dias, colaboraram para esta reação entre os participantes.
A presença da esposa de Lula, Janja, ao espaço da Convenção, gerou muito mais rebuliço do que a fala do representante oficial do governo brasileiro.
Para ler o discurso de Joaquim Leite na íntegra, clique aqui.
Esta matéria foi produzida como parte do Climate Change Media Partnership 2022, uma bolsa de jornalismo promovida pela Internews´ Earth Journalism Network e pelo Stanley Center for Peace and Security.
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