Segundo a Organização Mundial da Saúde, os governos devem considerar o bem-estar emocional como prioridade em planos contra a crise climática
O apoio à saúde mental deve ser incluído nas respostas nacionais às mudanças climáticas. Conclui um novo resumo de política da OMS (Organização Mundial da Saúde), apresentado durante a cúpula ambiental Estocolmo+50, realizada em junho de 2022.
Para a OMS, as mudanças climáticas representam sérios riscos para a saúde mental e o bem-estar psicossocial. Sofrimento emocional, ansiedade, depressão, luto e comportamento suicida estão entre os problemas que o aumento acelerado das mudanças climáticas pode causar.
“Os impactos das mudanças climáticas fazem cada vez mais parte do nosso cotidiano, e há muito pouco apoio dedicado à saúde mental disponível para as pessoas e comunidades que lidam com perigos relacionados ao clima e riscos de longo prazo”, afirma Maria Neira, diretora do Departamento de Meio Ambiente, Mudanças Climáticas e Saúde da OMS.
A análise de políticas destaca que os impactos da mudança climática na saúde mental acontecem de forma diferente para cada pessoa afetada, dependendo de alguns fatores como status socioeconômico, gênero e idade.
“Há quase um bilhão de pessoas vivendo com problemas de saúde mental, no entanto, em países de baixa e média renda, três em cada quatro não têm acesso aos serviços necessários”, aponta Dévora Kestel, diretora do Departamento de Saúde Mental e Uso de Substâncias da OMS. Ela exemplifica que o auxílio na redução do risco de desastres pode ajudar a proteger aqueles que estão em maior risco.
A OMS ainda recomenda 5 abordagens importantes para os governos:
- Integrar considerações climáticas em programas de saúde mental;
- Integrar o apoio à saúde mental com a ação climática;
- Desenvolver compromissos globais;
- Desenvolver abordagens baseadas na comunidade para reduzir vulnerabilidades;
- Reduzir a lacuna significativa de financiamento que existe para a saúde mental e o apoio psicossocial.
Exemplos para o mundo
Em uma pesquisa realizada em 2021 com 95 países, apenas nove incluíram saúde mental e apoio psicossocial nos planos nacionais de saúde e mudanças climáticas. A OMS destaca a atuação das Filipinas, que reconstruíram e melhoraram os serviços de saúde mental após o tufão Haiyan em 2013, um dos ciclones tropicais mais fortes já registrados.
A Índia também ampliou a redução do risco de desastres e, além disso, preparou as cidades para responder aos riscos climáticos e atender às necessidades psicossociais e de saúde mental.
Dia Mundial da Saúde Mental
Nesta segunda-feira, 10 de outubro, é celebrado o Dia Mundial da Saúde Mental. A OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde), em prol da data, lança a campanha #FaçaSuaParte com o objetivo de combater o estigma e a discriminação contra pessoas com condições de saúde mental, além de promover ações que estimulem a busca por ajuda.
No site da OPAS é possível acessar todo o conteúdo, que inclui vídeos, cards e outros materiais com informações sobre o que pode ser feito para reduzir o preconceito.
As condições de saúde mental são comuns em todo o mundo e foram amplificadas pela pandemia da COVID-19, que teve um impacto generalizado em toda a população. Um estudo publicado na revista The Lancet estimou que os distúrbios depressivos e de ansiedade aumentaram 35% e 32% respectivamente em 2020 na América Latina e no Caribe devido à pandemia.
Por isso, a campanha da OPAS também incentiva as autoridades a garantir o financiamento da assistência à saúde mental, treinar mais profissionais e distribuí-los adequadamente para que todos os que dela necessitam possam ter acesso.
Por CicloVivo as informações são da OMS e OPAS
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