A quase duas semanas do 1º turno das eleições presidenciais, a Amazônia é palco de uma corrida contra o tempo. Por um lado, ambientalistas, povos indígenas e comunidades tradicionais se desdobram para evitar o avanço do desmatamento e da destruição florestal, de modo a dar fôlego a uma eventual retomada da política ambiental em 2023.
Por outro, a turma da “boiada”, apoiada por e apoiadora do presidente Jair Bolsonaro, corre para manter as coisas como têm sido nos últimos quatro anos – ou, na pior das hipóteses, derrubar tudo o que puder antes de 1º de janeiro do próximo ano.
“É agora ou nunca – é o que as pessoas estão dizendo aqui”, afirmou Raimundo de Souza Mota, um ribeirinho de Rondônia, à correspondente do Wall Street Journal no Brasil, Samantha Pearson.
Os reflexos da frase são explícitos: a escalada dos índices de desmatamento e de queimadas nos últimos meses indica um último esforço de grileiros, madeireiros, garimpeiros e desmatadores para garantir o máximo de devastação possível antes que um novo governo tome posse e mude o jogo.
“É como uma festa de despedida para Bolsonaro”, comparou a pesquisadora Ivoneide Cardozo. “As pessoas estão com medo de que ele perca, então estão destruindo tudo, derrubando a floresta e incendiando-a”. A Folha repercutiu a reportagem.
Amazônia
No portal JOTA, a pesquisadora Helena Dolabela contrastou a importância estratégica da Amazônia para o enfrentamento da crise climática global e a pouca atenção dada à floresta pelos candidatos à Presidência.
Se o tema está presente, ainda que em tonalidades e gradações diferentes nos planos de governo, ele tem sido pouquíssimo abordado pelos presidenciáveis em suas manifestações públicas e nos raros debates e sabatinas que aconteceram até agora. “O balanço sobre o lugar da Amazônia na pauta eleitoral continua o mesmo: marginal, sem profundidade e desconectado da escala planetária dos desafios futuros para o país e para a humanidade”.
Texto publicado originalmente por CLIMA INFO
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