A “brigada de incêndios animal” é uma técnica antiga, de baixo custo e eficiente.
Uma forte onda de calor atingiu a Espanha e não parece querer ir embora. No último sábado (14), a cidade de Montoro, na província de Córdoba, bateu recorde de temperatura com 47,4 graus. Nesta quarta-feira (17), um incêndio está descontrolado na província de Castellón, no nordeste da Espanha. Já na província da Catalunha, a cidade de Barcelona recorreu ao auxílio das cabras e ovelhas para evitar incêndios.
O projeto piloto foi lançado no Parc de Collserola, localizado numa área de 8 mil metros quadrados, onde foram introduzidos rebanhos de caprinos e ovinos. Ali os animais pastaram e pisaram nos prados e gramados do parque urbano, criando assim lacunas na vegetação.
Esta é uma forma antiga, natural, barata e muito eficaz de eliminar gramíneas e arbustos secos e desta forma evitar a ocorrência ou propagação de incêndios florestais. Chamado de “pastoreio direcionado”, a técnica tem sido adotada com sucesso em outras partes da Espanha e do mundo.
O uso de animais para capinar terrenos é comum, por exemplo, nos Estados Unidos, onde é possível até mesmo alugar bodes e ovelhas para substituir maquinários. Há também quem opte pelo controle biológico das galinhas para controlar insetos nas plantações. Já uma técnica no Zimbábue usa a criação de animais, como ovelhas e cabras, para recuperar terrenos áridos.
Em Barcelona, o projeto foi lançado em abril e contou com uma “brigada de incêndio animal” composta por 290 ovinos e caprinos. O trabalho foi finalizado recentemente e há planos para expandir a iniciativa para até três rebanhos, cobrindo mais espaços verdes da cidade.
Além dos benefícios já citados, as cabras são comprovadamente eficientes no controle de pragas, além de serem uma alternativa de baixo custo e sustentável. Por fim, as cabras ainda são animais inteligentes – tendo a capacidade de interagir com pessoas, como indica este estudo.
Incêndios na Espanha
Os recordes de altas temperaturas dispararam em várias cidades pelo mundo. No início deste ano, Índia e Paquistão foram os países mais afetados. Atualmente, o epicentro da onda de calor global é a Europa, sendo a Espanha o país mais afetado pelos incêndios no verão europeu – já foram registrados 390 focos no país em 2022 e as chamas consumiram mais de 246 mil hectares.
O fogo destruiu até agora mais que o triplo da área queimada em todo o ano de 2021 na Espanha.
Outro país vizinho que vive uma situação dramática é Portugal, que já registrou este ano 195 incêndios, destruindo mais de 84 mil hectares. O parque natural da Serra da Estrela, reconhecido pela UNESCO, por exemplo, queimou durante uma semana até que os bombeiros conseguissem controlar o fogo na noite de sexta-feira. No entanto, fortes ventos reativaram o incêndio nesta semana.
O incêndio já queimou mais de 15 mil hectares do parque natural e, segundo a agência France Presse, o forte cheiro de fumaça chegou a Madrid, capital da Espanha, na última terça-feira (16), assustando os moradores.
Os dados são do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS).
Fonte: CicloVivo
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