A Floresta Amazônica concentra uma das maiores biodiversidades do planeta. De acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), estima-se que ela seja o habitat de cerca de 40 mil espécies de plantas, 300 de mamíferos e 1,3 mil de aves. Todavia, o monitoramento e o estudo dessa fauna e flora tão diversa é muito difícil, numa área tão grande – 8,5 milhões de km2 – e de acesso restrito. Todavia, cientistas acabam de anunciar a criação do maior banco de imagens de animais vertebrados da Amazônia.
O novo acervo, compilado a partir de registros obtidos com câmeras de armadilhas fotográficas, possui 154.123 imagens de 317 espécies de 185 aves, 119 mamíferos e 13 répteis. As fotos foram feitas em oito países amazônicos: Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Peru, Suriname, Venezuela e Brasil.
Em artigo científico publicado na revista Ecology, o enorme grupo de pesquisadores de mais de 120 organizações internacionais envolvidos na análise revela que as espécies mais frequentemente observadas entre os mamíferos foram pacas, entre aves o mutum-cavalo e entre os répteis o teiú-branco.
O uso de armadilhas fotográficas, presas geralmente em árvores, é considerado um excelente método de estudo pois não é invasivo. As câmeras são acionadas a partir de movimento. Com isso, é possível registrar momentos raros, como acasalamento, cuidado com filhotes e hábitos alimentares sem a interferência humana.
“As informações detalhadas neste documento de dados abrem oportunidades para novos estudos ecológicos em diferentes escalas espaciais e temporais, permitindo uma avaliação mais precisa dos efeitos da perda de habitat, fragmentação, mudança climática e outros processos de defaunação mediados pelo homem em um dos mais importantes e ameaçados ambientes tropicais do mundo”, afirmam os cientistas no texto.
O conjunto de dados não é restrito por direitos autorais e os pesquisadores convidam colegas a usar os dados dados em novas publicações.
Abaixo um vídeo que mostra um pouco desse “BB Animal” da Floresta Amazônica:
Texto publicado originalmente em Conexão Planeta 30/05/2022
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