A troca de Bento Albuquerque por Adolfo Sachsida no ministério de minas e energia trouxe preocupação para investidores e executivos da Petrobras, principal alvo das críticas do presidente da República por conta dos aumentos sucessivos no preço dos combustíveis. Segundo Maria Cristina Fernandes no Valor, circulam em Brasília minutas de uma proposta de lei que modificaria a estrutura da política de preços da estatal, submetendo sua direção às determinações do governo federal, principal acionista da empresa. O temor é de que o novo ministro seja mais suscetível às pressões do Planalto para interferir na Petrobras.
A chegada de Sachsida ao comando do MME pode sinalizar também uma predisposição do governo federal para quebrar o monopólio da Petrobras no mercado de combustíveis – e, até mesmo, uma eventual privatização da empresa – caso o atual presidente da República seja reeleito em outubro. Uma mudança mais imediata está na privatização de outra estatal, a Eletrobras: com o Tribunal de Contas da União (TCU) levantando diversas perguntas sobre o processo, a troca de ministro pode trazer uma postura mais assertiva entre o ministério e os ministros do TCU.
Rafael Bitencourt deu detalhes sobre a saída de Albuquerque no Valor. O agora ex-ministro teria sido surpreendido com a decisão do presidente, que não antecipou qualquer sinal de insatisfação prévia que justificasse a troca no ministério. No entorno de Albuquerque e da equipe do MME, a decisão foi vista como “intempestiva” por parte do Planalto. Porém, nada é surpreendente quando se trata deste presidente, muito menos na véspera de uma campanha eleitoral que promete ser dura. “A queda do ministro é mais um truque do presidente para tentar se livrar da impopularidade da inflação e do aumento dos combustíveis”, observou Míriam Leitão n’O Globo.
Fonte: Clima Info
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