O ministério da justiça confirmou nesta 3ª feira (3/5) o envio da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) para a Terra Indígena Parakanã, no Pará, depois da morte de três caçadores não-indígenas. Os corpos foram encontrados por agentes da Polícia Federal dentro da Reserva no último sábado (30/4), enterrados em covas rasas cobertos por folhas. As circunstâncias das mortes ainda não foram esclarecidas, mas representantes indígenas locais denunciaram que já estão sofrendo ameaças de pessoas de fora das aldeias.
A terra indígena Parakanã é lar de 1,5 mil pessoas da etnia Awaté-Parakanã e está localizada entre os municípios de Novo Repartimento e Ituporanga. Os indígenas temem que familiares ou amigos dos caçadores tentem adentrar na Reserva para fazer algum ataque. A Federação dos Povos Indígenas do Pará (FEFIPA) lamentou as mortes e pediu proteção policial enquanto as circunstâncias desse episódio são apuradas. O efetivo da FNSP deve ficar na região da Reserva pelo menos nas próximas duas semanas.
Na semana passada, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) já tinha alertado para as tensões na Terra Parakanã, com pessoas invadindo a Reserva para ameaçar os indígenas por conta do desaparecimento dos caçadores. A APIB lembrou também que os Awaté-Parakanã são um povo de contato recente (cerca de 40 anos), com poucos falantes de Português. Uma parcela desse grupo fez parte dos deslocamentos compulsórios de indígenas para a construção da usina hidrelétrica do Tucuruí, no rio Tocantins.
Fonte: ClimaInfo
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