Perda progressiva das capacidades motoras causa paralisia completa em doentes; a inovação pode representar qualidade de vida aos enfermos
Pesquisadores conseguem fazer portador da síndrome do encarceramento – estágio avançado da Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) – se comunicar a partir de implante de eletrodos no cérebro e uma interface ortográfica computadorizada. Nesta edição da coluna Minuto do Cérebro, o professor Octávio Pontes Neto comenta os resultados do estudo, publicado pela Nature Communications, mostrando o sucesso dos testes com o dispositivo que capta atividade elétrica cerebral e é transformado em algoritmo computacional por um sistema ortográfico de comunicação.
Através da tecnologia, um indivíduo com ELA, de 36 anos, pôde se comunicar, inclusive, com sua família. Sobre esses resultados, Pontes Neto acredita que, “se a tecnologia passar por todos os testes, ela pode ser considerada um avanço importante na qualidade de vida dos pacientes”.
É que a ELA é uma doença degenerativa progressiva sem cura, caracterizada pela perda e morte dos neurônios motores, responsáveis pela inervação e comando dos músculos voluntários. Os sintomas da doença, informa o professor, são quadros de fraqueza muscular, atrofia, espasmos, rigidez, dificuldade de fala, de deambulação, de deglutição e de respiração. Em estágio avançado, conta que os sintomas se agravam e ocorre a síndrome do encarceramento, com “o paciente considerado preso dentro do próprio corpo”.
A causa da doença ainda é desconhecida e “cerca de 5% a 10% dos casos carregam herança genética”, diz o professor. Além disso, acrescenta, o tempo de vida dos diagnosticados com ELA costuma ser de apenas cinco anos após a descoberta do problema.
Fonte: Jornal da USP
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