A decisão recente da comunidade internacional de negociar um acordo global para conter a poluição de plástico é o auge de um lento processo de conscientização sobre os riscos da disseminação desse material nos diferentes ecossistemas terrestres e marinhos. O ímpeto para reverter o quadro é grande, mas o desafio é de magnitude muito maior – o plástico está presente desde as profundezas dos oceanos até os pontos mais altos da Terra.
No Estadão, Eduardo Geraque fez um panorama interessante das diversas iniciativas governamentais e não-governamentais que tentam dar conta desse desafio e reduzir a poluição plástica. O ponto de partida desses projetos está na economia circular e no raciocínio de que materiais descartáveis, de uso único, são insustentáveis; nesse sentido, os resíduos do consumo de determinado produto não podem simplesmente ser descartados, mas sim reaproveitados na cadeia produtiva de outros produtos. Essa tarefa não é banal: o tripé eliminação (dos plásticos desnecessários), circulação (dos plásticos realmente necessários) e inovação só vai dar certo se houver uma concertação robusta de atores a favor da causa e investimentos significativos em iniciativas positivas.
Já na Folha, Emerson Vicente abordou os resultados de iniciativas do governo federal, do governo paulista e de organizações da sociedade civil para retirar plásticos do litoral brasileiro. O Plano Nacional de Combate ao Lixo no Mar, lançado em 2019, afirma ter retirado mais de 274 toneladas de resíduos do oceano até o começo de 2022, um volume que equivale a 55 vans cheias de material.
Entre as pequenas iniciativas de limpeza do litoral brasileiro, Lígia Nogueira destacou no UOL Ecoa o trabalho da Reorder, nascida do trabalho da catarinense Isabella Veronezzi para a retirada de resíduos plásticos e latas de alumínio das praias. O material é reaproveitado em diversas cadeias produtivas da indústria da moda; por exemplo, restos de redes de pesca estão sendo utilizados na confecção de biquínis e roupas de banho em geral.
Em tempo: O Guardian divulgou resultados de um estudo que sugere que partículas minúsculas de plástico produzido na Europa estão chegando às águas do Ártico. Os cientistas usaram modelagem para prever quantas partículas de microplástico estariam em certas partes do oceano e compararam com amostras de água desses lugares. A análise sugere que os microplásticos circulam no Ártico há pelo menos 10 anos. O estudo também observou as correntes marinhas ao longo do tempo para identificar a fonte desse material – no caso, diversos rios da Escandinávia e norte da Rússia.
Fonte: Clima Info
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