Biólogo, que lutava contra câncer no cérebro, contribuiu para a criação de inúmeras áreas protegidas no bioma
Morreu neste domingo (13) o biólogo, especialistas em ecologia e pioneiro na luta pela preservação da Mata Atlântica Luiz Paulo de Souza Pinto. Ele lutava contra um câncer no cérebro havia alguns anos.
Luiz Paulo dedicou sua vida e trajetória acadêmica e profissional à preservação da Mata Atlântica. Possuía mais de 30 anos de experiência na conservação da biodiversidade e no desenvolvimento sustentável, por meio do trabalho com organizações não-governamentais e formação de parcerias multissetoriais.
Apoiou diversos projetos para a geração de informações sobre a biodiversidade brasileira e pesquisas sobre ecologia e conservação de espécies ameaçadas de extinção, como o muriqui-do-norte.
Foi coordenador do Fundo de Parceria para Ecossistemas Críticos na Mata Atlântica, que investiu cerca de 10 milhões de dólares em mais de 300 projetos de conservação em áreas chave do bioma.
Foi também coordenador geral do subprojeto de identificação de áreas e ações prioritárias para a conservação e biodiversidade da Mata Atlântica e participou de subprojetos da Amazônia, Caatinga e Cerrado, entre 1996 e 2001.
Desde a década de 1990 mantinha parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica e Conservação Internacional, por meio da Aliança para a Conservação da Mata Atlântica, tendo participado de vários projetos, como o Programa de Incentivo às RPPNs da Mata Atlântica, o Atlas de Remanescentes da Mata Atlântica e o levantamento sobre as Unidades de Conservação Municipais da Mata Atlântica.
Ao longo de sua carreira, Luiz Paulo Pinto contribuiu para a criação de algumas das unidades de conservação mais importantes do bioma, como o Parque Nacional da Serra das Lontras e o Parque Estadual da Serra do Conduru, no sul da Bahia; Parque Estadual do Alto Cariri, em Minas Gerais; Parque dos Três Picos, no Rio de Janeiro, além de dezenas de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN).
Nos últimos anos, trabalhou num relatório sobre os 30 anos de conservação da biodiversidade da Mata Atlântica – desde o primeiro Plano de Ação para a Mata Atlântica até os dias de hoje, sobre os grandes desafios, avanços e o olhar para o futuro do bioma. O material, ainda inédito, será publicado em maio.
A Fundação SOS Mata Atlântica lamentou o falecimento do biólogo.
“Estamos muito tristes pela perda do nosso querido amigo e parceiro. Mesmo após o diagnóstico e as dificuldades impostas pela doença, ele continuou produzindo e participando de eventos, contribuindo com todo seu conhecimento”, afirmou a diretora executiva da Fundação, Márcia Hirota. Segundo ela, Souza Pinto deixa um grande legado para o bioma e uma enorme inspiração a ambientalistas e pesquisadores.
Fonte: O Eco
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