A ordem para queimar dois helicópteros usados pelo IBAMA na madrugada do dia 24 de janeiro partiu do empresário Aparecido Naves Junior, reportou André Borges no Estadão. Com 35 anos, Junior mora em uma mansão de R$ 2,1 milhões em um condomínio de alto padrão em Goiânia, tem duas empresas em seu nome e diversos carros de luxo – alguns modelos avaliados em mais de R$400 mil.
O milionário também era dono de aeronaves utilizadas no garimpo ilegal de ouro em Roraima, destruídas recentemente por agentes de fiscalização. Junior esteve em Manaus dias antes do crime e, conforme apuração do Estadão, ofereceu R$ 5 mil para cada participante do atentado.
O carro usado pelos criminosos foi identificado por imagens de câmeras de segurança do Aeroclube de Manaus, onde estavam as aeronaves. Além do mandante, os dois intermediários, os dois incendiários e o motorista da quadrilha estão presos.
Um dos helicópteros foi destruído, o outro sofreu avarias, e o prejuízo total gira em torno de R$ 10 milhões. As duas aeronaves não pertenciam ao IBAMA. Eram alugadas, tinham seguro e são propriedade da empresa paranaense Helisul. Ainda não está claro em quanto tempo os helicópteros serão repostos. O Globo, g1, Poder 360 destacaram a prisão do empresário.
Desde que foi deflagrada em agosto de 2021, a Operação Yanomami apreendeu 111 aeronaves usadas no garimpo ilegal em Roraima, sendo que 22 destas foram inutilizadas, além de tratores, balsas e caminhões.
A BBC teve acesso aos bastidores das operações, no que parece ser o começo de uma exposição internacional das origens criminosas de parte do ouro brasileiro, a exemplo do que já acontece com a carne, o couro e a soja.
Lana Pinheiro, na IstoÉ Dinheiro, questiona o que esses crimes ambientais têm de diferente da criminalidade que Bolsonaro prometeu combater quando tomou posse. “Cabe aqui a essência de perguntas feitas em outro contexto por Bolsonaro à Anvisa, mas que ele agora poderia responder: “O que está por trás disso?”, “Qual o interesse dessas pessoas taradas [pela devastação amazônica]?”, indaga a jornalista.
Em tempo: A secretária do Tesouro dos EUA, Janet L. Yellen, mandou um “papo reto” para cima de Paulo Guedes: o combate ao desmatamento, em especial na Amazônia, é o começo de qualquer cooperação econômica com o Brasil. A informação é do Valor. Isso vale inclusive para a entrada na OCDE – outra promessa vazia de Bolsonaro.
Fonte: ClimaInfo
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