Mesmo em um mundo “normal”, sem a preocupação da crise climática, a decisão de começar a construção de uma família não é banal. As responsabilidades atreladas a ela são enormes, especialmente no que diz respeito à criação dos filhos. E, além disso, este mundo “normal” não existe mais: a humanidade terá que lidar, em maior ou menor grau, com a crise climática e seus efeitos ao redor do mundo. Isto desperta desconforto nas pessoas em geral, mas o sentimento entre os mais jovens é ainda mais forte – medo.
“Nos próximos 10 anos, sinto que só haverá mais razões para não querer ter um filho, e não o contrário”, lamentou Kiersten Little, uma pesquisadora de saúde pública da Universidade da Carolina do Norte, ao NY Times. Para ela e seu marido, o “fardo da experiência” do clima extremo causa ansiedade: nesse mundo cada vez mais instável, é justo colocar mais uma vida para sofrer aqui?
O resultado disso é que mais casais estão optando por não ter filhos sob a justificativa das mudanças climáticas. Isso pode intensificar uma tendência que já existe nos países desenvolvidos: o declínio demográfico. Nas nações em desenvolvimento, por sua vez, este fenômeno parece mais limitado, ao menos por ora. Entretanto, com os jovens se conscientizando sobre a gravidade da crise climática, será mais frequente ver casais se questionando sobre a viabilidade de se ter um filho em um mundo de clima instável.
Fonte: ClimaInfo
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