Vegetal de folhas e talos verde-claros são comestíveis e possuem alto teor de minerais
A taioba é uma planta herbácea nativa da América Tropical e Equatorial, incluindo o Brasil, onde é cultivada, sobretudo no Sudeste.
Com sabor suave, o vegetal da família Araceae pode ser refogado ou virar ingrediente no preparo de massas, saladas e omeletes. No entanto, nem todas as espécies dela são comestíveis em função do nível de toxicidade.
O agrônomo e pesquisador da Embrapa Hortaliças, Nuno Madeira, explica que há dois tipos principais de taioba: a mansa, cujo consumo não traz riscos ao organismo, tem folhas e talos verde-claros; a brava é tóxica e apresenta elementos verdearroxeados.
Esta variação não deve ser consumida porque possui alta concentração de oxalato de cálcio, uma substância que provoca coceira nas mucosas e sensação de asfixia.
“Elas são chamadas de bravas porque têm uma característica de coçar a boca, de coçar e irritar a garanta porque têm teor de oxalato de cálcio muito alto. A taioba mansa tem, sim, um certo teor, que impede de comê-la crua, por exemplo, mas quando se faz o aquecimento, some, degrada, porque o oxalato é bem mais baixo”, complementa o especialista.
Para evitar danos à saúde, a recomendação é ter um histórico de procedência da planta ou da muda, considerando apenas as variedades comestíveis.
Elas devem ter uma nervura perimetral que dá a volta completa na borda da folha com folhas e talos em tons de verde-claro. Por outro lado, se houver um ponto arroxeado onde o pecíolo encontra a folha, a tendência é a taioba ser selvagem e não deve ser usada.
COMO CONSUMIR TAIOBA?
As folhas são a principal parte comestível, mas os rizomas (caule subterrâneo) também podem ser consumidos quando bem cozidos ou processados na forma de farinha.
A taioba produz um rizoma central grande e outros laterais mais estreitos e alongados, com até 20 cm de comprimento. O pseudocaule formado pela bainha das folhas membranáceas, largas e grandes, pode atingir mais de 1 m de altura.
Ela apresenta vida útil relativamente curta, de 1 a 2 dias em temperatura ambiente, e até uma semana em condições de refrigeração, desde que embalada em saco plástico. As folhas são usualmente consumidas como a couve,
Refogada ou cozida, a planta acompanha pratos à base de carnes ou farinhas de milho ou de mandioca. Já os rizomas, às vezes, são consumidos como pequenos inhames, cozidos, fritos ou processados na forma de farinha, como fonte alternativa de carboidratos.
Nuno Madeira orienta que a taioba seja preferencialmente consumida durante a estação chuvosa, período em que a planta concentra menos oxalato de cálcio e mantém uma textura macia e úmida. “Uma ressalva muito importante é que a gente só deve consumir taioba quando ela estiver bem frondosa, bem verdejante e túrgida. Já na seca ela tem muito oxalato”, pondera.
COMO REFOGAR TAIOBA?
Ingredientes
5 folhas de taioba
Óleo, alho e sal a gosto
Preparo
É preciso lavar bem as folhas em água corrente. O processo deve continuar com a retirada do pecíolo e da nervura principal das folhas que devem ser cortadas em tiras finas. Em seguida, orienta-se aquecer o óleo e refogar as folhas até que murchem totalmente, podendo iniciar um leve cozimento.
PROPRIEDADES DA TAIOBA
Também conhecida como mangará, mangarito, orelha-de-elefante e taiá, a taioba cozida sem sal apresenta 15,4mg de cálcio em uma colher de sopa cheia, o que equivalente a 14g.
Na mesma proporção, o vegetal possui 23mg de potássio, 2,81mg de magnésio, 23mg de ferro e 0,08mg de zinco, segundo a Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (Tbca).
PLANTIO DA TAIOBA
A Embrapa Hortaliças garante que o cultivo pode ser realizado o ano inteiro em regiões tropicais e equatoriais, desde que haja plena disponibilidade de água. Porém, em regiões subtropicais ou tropicais de altitude, o plantio é restrito à época mais quente do ano (setembro a abril).
O plantio pode ser feito em covas, canteiros ou leiras. A propagação é feita por rizomas diretamente no local definitivo. O espaçamento deve ser de 0,8 m a 1,0 m entre as leiras e de 40 cm a 50 cm entre plantas ou duas linhas por canteiro com 50 cm entre plantas, desde que o solo seja rico em matéria orgânica.
Por fim, a colheita começa entre 60 e 75 dias após o plantio. Nesse período, as folhas devem ter tamanho de 30 cm a 40 cm de comprimento. Dependendo da variedade, o rendimento da taioba pode chegar a 1,5 kg de folhas por planta durante o ciclo de seis a oito meses, o que equivale a 30 toneladas por hectare.
Fonte: Diário do Nordeste
Comentários