Os primeiros dias da COP26 também foram marcados por anúncios de novos compromissos públicos e privados para mitigação e adaptação à mudança do clima, com a injeção bem-vinda de novos recursos para viabilizar a ação climática nos países em desenvolvimento.
O principal destaque é o acordo internacional para zerar o desmatamento em todo o mundo até 2030. Até agora, a declaração ganhou a adesão de 124 países, que representam quase 90% das florestas mundiais. O acordo será apoiado por um fundo internacional de US$ 12 bilhões em recursos públicos e privados, com o objetivo de financiar esforços de combate ao desmatamento e conservação florestal no Sul Global. O Globo e Valor destacaram as cifras levantadas até agora e a expectativa em torno da aplicação desses recursos.
Na Folha, Ana Carolina Amaral destacou um dos sinais mais fortes desse acordo florestal: o apoio ao comércio de produtos agrícolas livre de desmatamento, em linha com o que vem sendo discutido em mercados como Estados Unidos e União Europeia nos últimos meses. Essa é uma das maiores preocupações do governo brasileiro, já que uma eventual aplicação de critérios de sustentabilidade no comércio de commodities agrícolas pode prejudicar os produtores rurais do país que estão envolvidos com desmatamento.
Ainda sobre agricultura, oito grupos do setor financeiro e do agronegócio apresentaram em Glasgow um compromisso de investimento de US$ 3 bilhões na produção de soja e na criação de gado livres de desmatamento na Amazônia, no Cerrado e no Chaco. A iniciativa é liderada pela TNC, Tropical Forest Alliance e pelo Programa da ONU para o Meio Ambiente (PNUMA), com apoio de organizações como JGP Asset Management e Syngenta, entre outras. O Valor repercutiu o anúncio.
Por falar em financiamento, outro resultado importante desse começo de COP foi o anúncio de um fundo internacional de quase R$ 10 bilhões para apoiar comunidades indígenas na proteção ambiental de suas terras. O fundo será encabeçado pelos governos do Reino Unido, Estados Unidos, Alemanha, Noruega e Países Baixos, com apoio de instituições filantrópicas como a Fundação Ford, Rainforest Trust, Bezos Earth Fund e Bloomberg Philanthropies. Folha e VEJA deram mais detalhes.
Em tempo: Uma coalizão de bancos, seguradoras e fundos de investimento anunciou a mobilização de US$ 130 trilhões em investimentos privados para financiar negócios sustentáveis e de carbono zero em todo o mundo. O grupo é liderado por Mark Carney, ex-chefe do Banco Central do Reino Unido, e pelo ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg, e conta também com o apoio da BlackRock, maior gestora de ativos financeiros do mundo. Bloomberg, Reuters e Valor destacaram a notícia. Já o Financial Times mostrou mais ceticismo quanto à cifra citada pelos investidores: o principal motivo seria o volume de recursos prometidos, igual a seis vezes o PIB dos EUA e 10 trilhões de dólares acima do total de capitalização dos mercados de ações em todo o mundo. “Quanto maior for um número estimado, menor será sua confiabilidade”, escreveu o jornal britânico.
Fonte: ClimaInfo
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