O estudo foi realizado numa parceria entre USP e universidade portuguesa e os resultados acabam de ser publicados
Os riscos de se infectar, transmitir covid-19 e perder familiares e amigos são as questões que mais atingem a população brasileira em relação à pandemia. É o que aponta pesquisa feita pelo Centro de Estudos em Gestão e Políticas Públicas Contemporâneas (Gpublic), da USP em parceria com o NOVA Health Economics and Management Knowledge Center (NHEM), da Nova School of Business & Economics, Portugal.
Os resultados da pesquisa foram publicados na obra Expectativas da população brasileira frente à pandemia Covid-19, que tem entre seus autores os professores da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP) da USP Claudia de Souza Passador e João Luiz Passador.
Os pesquisadores aplicaram um questionário eletrônico com perguntas que vão desde as primeiras percepções sobre a pandemia de covid-19, até a confiança nas vacinas. Foram coletadas quase 2 mil respostas por todo o Brasil entre os dias 25 de novembro de 2020 e 11 janeiro de 2021.
A pesquisa também identificou que há uma grande preocupação com o risco de contaminação em meios de transportes e eventos em locais fechados. Por outro lado, há uma baixa sensação com o risco de se contaminar com covid-19 em pequenos encontros com amigos ou familiares. E 94% dos participantes que conhecem alguém que tenha sido infectado por covid-19.
Segundo os autores, a pesquisa mostrou que é boa a percepção em relação ao desempenho dos meios de comunicação, da OMS, e principalmente de órgãos como SUS, hospitais e profissionais de saúde quando o assunto é a pandemia. “Em contraposição, às organizações da administração pública e judiciária obtiveram um baixo desempenho, nos mais diferentes níveis e esferas administrativas”.
A população também indicou ser favorável à utilização obrigatória de máscaras, proibição de eventos públicos e obrigatoriedade do trabalho remoto. No entanto, houve baixa afinidade quanto à restrição de mobilidade, funcionamento de estabelecimentos comerciais e confinamento obrigatório.
Quanto às vacinas, a população demonstrou alto grau de confiança de eficácia nas fabricantes Astrazeneca, Pfizer, Moderna e Sinovac/Butantan que fabrica a Coronavac. Além disso, a maioria dos participantes declarou que a vacina deve ser obrigatória, com aplicação de sanção para os que se recusarem a tomar as doses.
O livro pode ser acessado aqui.
Fonte: Jornal da USP
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