A ANP quer leiloar no próximo dia 7 de outubro aproximadamente uma dezena de blocos de exploração de petróleo sobre ou nas proximidades de um dos mais importantes e sensíveis ecossistemas de recifes do Brasil, a cadeia de Fernando de Noronha, que envolve uma sequência de montes submarinos que se conectam ao litoral nordestino e que formam o arquipélago de Fernando de Noronha e a reserva biológica do Atol das Rocas.
Em matéria publicada no Estadão, André Borges relata um estudo feito por oceanógrafos da UFPE e da USP sobre os impactos da exploração de petróleo nesta importantíssima região para a biodiversidade marinha. Os pesquisadores afirmam que a melhor alternativa para preservar a região seria retirar estes blocos das ofertas do leilão, devido aos impactos ambientais já sabidos que atividades rotineiras de exploração de óleo e gás podem causar durante cada uma das fases de exploração, produção, transporte e desmonte das plataformas.
Em outra matéria para o Estadão, André Borges lembra de um leilão anteriormente organizado pela ANP sobre outra área sensível, a região de Abrolhos, leilão que acabou sem ofertas dado o risco percebido antecipadamente pelas petroleiras. “Um dia antes do leilão, a pedido do Ministério Público Federal, a Justiça Federal da Bahia determinou à União e à ANP que tornassem pública, a todos interessados, a informação de que a oferta das bacias sedimentares de Camamu-Almada, localizadas na região de Abrolhos, e das bacias de Jacuípe, estavam sob o crivo do Poder Judiciário”, escreve Borges.
A sociedade civil brasileira tem se manifestado contrariamente ao 17º leilão da ANP, que também oferece blocos em outra área sensível para a biodiversidade marinha, o litoral de Santa Catarina. Comissões das Assembleias Legislativas de Pernambuco e Santa Catarina ouviram demandas de ambientalistas contra a proposta, que afetaria ecossistemas marinhos sensíveis na costa desses estados.
Além disso, três organizações da sociedade civil também entraram na Justiça Federal para suspender a licitação, por conta dos riscos que esses projetos podem oferecer à baleia azul e outras 89 espécies ameaçadas de extinção que vivem nas áreas a serem exploradas.
Fonte: ClimaInfo
Comentários