A crise climática já é uma dura realidade para cerca de 1 bilhão de crianças em todo o mundo: elas convivem com uma combinação mortal de exposição a múltiplos choques climáticos e ambientais com alta vulnerabilidade devido a serviços essenciais inadequados.
O alerta é do Fundo da ONU para a Infância (UNICEF), que divulgou na semana passada a primeira análise abrangente sobre os riscos da mudança do clima para crianças e adolescentes, classificando a situação de cada país a partir da exposição de sua juventude a eventos extremos como ciclones e ondas de calor, e a condição e o acesso a serviços como saneamento, saúde e educação. A análise sobre o Índice de Risco Climático Infantil foi feita em parceria com o movimento Fridays for Future e lançada na 6ª feira (20/8).
De acordo com o relatório, crianças e adolescentes de 33 países enfrentam “risco extremamente alto”, somando aproximadamente 1 bilhão de pessoas – quase a metade dos 2,2 bilhões da população infantil do mundo. Além de serem majoritariamente pobres, os países listados nesta relação também estão entre aqueles que menos emitem carbono (ao todo, eles representam apenas 9% das emissões globais), o que reforça a importância da Justiça Climática nos esforços de combate ao problema.
“A mudança climática é profundamente injusta. Embora nenhum menino ou menina seja responsável pelo aumento das temperaturas globais, eles pagam os custos mais altos. Crianças e adolescentes dos países menos responsáveis [pelas emissões de carbono] serão os que mais sofrerão”, observou Henrietta Fore, diretora-executiva do UNICEF.
Em artigo no NY Times, as lideranças do Fridays for Future contextualizaram esses dados dentro do quadro dramático descrito pelo IPCC, no começo deste mês, sobre o estado da crise climática e as perspectivas para o futuro. “Estamos em uma crise de crises. Uma crise de poluição. Uma crise climática. Uma crise dos direitos da criança. Não permitiremos que o mundo desvie o olhar”, escreveram Greta Thunberg, em conjunto com Adriana Calderón, Farzana Faruk Jhumu e Eric Njuguna.
Agência Brasil, Folha, G1 e Um Só Planeta destacaram o alerta da UNICEF. No exterior, a notícia teve repercussão em veículos como BBC, CNN, Deutsche Welle, Guardian e Reuters.
Fonte: ClimaInfo
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