Elizabeth Saad explica que os blogueiros dos anos 2000 migraram para as plataformas digitais, passaram a ter mais visibilidade e, consequentemente, seguidores que compartilham as mesmas ideias
Curta, compartilhe, arrasta para cima. Quem nunca? Não é preciso ser nenhum expert em mídias sociais para já ter se deparado com essas palavras, ou frases de efeito, sendo publicadas por pessoas que, de alguma maneira, exercem influência por meio das redes sociais. Só para se ter uma ideia: o investimento no marketing digital feito por empresas de diferentes segmentos em 2019 teve um crescimento de cerca de 70%, com valores que chegam à cifra de R$ 1,5 milhão. Esse novo formato de comunicação surgiu no Brasil em meados de 2012 e teve um aumento exponencial no ano de 2018, com o protagonismo dos influenciadores digitais na divulgação de produtos recebidos/comprados.
Mas em que momento o “meio digital” passou a ter influência na ”vida real” das pessoas? A coordenadora do grupo de pesquisa Com Mais, que trabalha com temas da sociedade digital, Elizabeth Saad, professora titular sênior do Departamento de Jornalismo e Editoração da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, explica que é “importante lembrar que houve uma evolução do papel do blogueiro, que surgiu no ano 2000, que tinha essa atividade de colocar as suas opiniões em blogs. Com o passar dos anos e o surgimento das plataformas digitais, eles migraram para esses novos veículos e passaram a ser os influenciadores”, avalia.
Na verdade, muitos influenciadores digitais são apenas “concentradores de audiência”, que levam para suas redes sociais marcas importantes do mercado. Em 2021, o Brasil superou a China e assumiu o posto de país em que o público consumidor é o mais impactado pela influência digital. Levantamento do setor aponta que 40% dos consumidores brasileiros já compraram algum produto em razão do trabalho feito por um “influencer”.
O futuro desses influenciadores digitais dificilmente será alterado nos próximos anos. A mudança deve ocorrer no número de seguidores. Restará saber se essa visibilidade obtida em um determinado momento se manterá consolidada nos próximos meses ou até anos. A pesquisadora Elizabeth Saad, coordenadora do grupo de pesquisa do site www.commais.org, convida os interessados no assunto a visitarem o endereço digital, onde vários estudos sobre o tema já foram publicados.
Fonte: Jornal da USP
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