O relatório do IPCC soa como um “alerta vermelho para a humanidade”, com o planeta cada vez mais próximo de um cenário de aquecimento acima dos patamares tidos como seguros pela ciência.
Um dos sinais desse risco crescente é o boom de eventos climáticos extremos nos últimos meses, como lembrou a Reuters. Ondas de calor e tempestades intensas causaram mortes e destruição nos EUA, Canadá, Alemanha, Japão, China, Rússia, Turquia, Grécia, Itália, entre outros países. Ao mesmo tempo, episódios como a estiagem prolongada no centro-sul da América do Sul, na África subsaariana e no Oriente Médio sinalizam a vulnerabilidade de países mais pobres aos efeitos da mudança do clima. Como a BBC destacou, para muitas dessas nações, a crise climática já representa uma ameaça existencial cotidiana. Como destacou a jovem ativista Vanessa Nakate, da África do Sul: “Mesmo com um aquecimento de 1,2°C, comunidades como a minha, em toda a África e no sul global, na linha de frente da crise climática, já estão enfrentando impactos que estão destruindo meios de subsistência, sonhos e esperanças”, disse ao jornal Independent.
“Em um planeta aquecido, ninguém está a salvo”, reagiu Inger Andersen, secretária-executiva do Programa da ONU para o Meio Ambiente (PNUMA), sobre os dados apresentados pelo novo relatório do IPCC. Citada pelo Valor, Andersen ressaltou que “devemos tratar as mudanças climáticas como uma ameaça imediata, assim como devemos tratar todas as crises conectadas da natureza e da perda de biodiversidade, e da poluição e do lixo”.
O Valor também destacou a resposta do secretário-geral da ONU, António Guterres. “Este relatório deve soar como uma sentença de morte para o carvão e os combustíveis fósseis, antes que destruam o nosso planeta”. Na mesma linha, a rede global Climate Action Network (CAN) ressaltou que “sem uma ação climática urgente e de longo alcance, o mundo está no fio da navalha no que diz respeito a superar os pontos de inflexão. A janela de tempo para evitar o aquecimento além de 1,5°C está se fechando rapidamente”.
A ativista Greta Thunberg afirmou que o novo relatório do IPCC reforça a percepção de que estamos em uma emergência climática. “Cabe a nós sermos corajosos e tomar decisões com base nas evidências científicas fornecidas neste relatório. Ainda podemos evitar as piores consequências, mas não se continuarmos como hoje, e não sem tratar a crise como uma crise”.
Fonte: ClimaInfo
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