“Esse é um ponto importante porque ele contribui para que nossa matriz fique menos dependente de apenas uma fonte”, destaca o professor José Roberto Simões Moreira
Diante da crise hídrica que os reservatórios de usinas hidrelétricas do Brasil enfrentam, o aumento nos preços da energia elétrica já é uma realidade para o consumidor residencial. O que as pequenas empresas e núcleos familiares devem fazer para reduzir a conta de luz neste momento? Em contribuição ao Jornal da USP no Ar 1° Edição, José Roberto Simões Moreira, professor do Departamento de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica (Poli) da USP e autor do livro Energias Renováveis, Geração Distribuída e Eficiência Energética, da Editora LTC, comenta sobre como ser econômico e eficiente neste período. A Poli contribui com literatura, iniciativas e projetos em andamento, além de acompanhar o mercado de produção de energia.
“A matriz elétrica brasileira, do ponto de vista ambiental, é uma das mais limpas do mundo. Cerca de 60% da energia elétrica produzida no Brasil é pela matriz hidrelétrica”, destaca. Moreira também ressalta que o País também dispõe de termelétricas movidas a gás natural, cogeração de energia no setor sucroalcooleiro e energias renováveis em disparada, como a eólica e a solar. “Essa é a nossa matriz, mas ela tem uma certa dependência do regime de chuvas, como é o caso que está ocorrendo agora”, complementa. Para Moreira, é o momento de o consumidor final economizar e do País buscar alternativas de geração de energia para otimizar e suprir a demanda. “É preciso prestar atenção nos equipamentos que mais gastam energia no domicilio, como o chuveiro, assim como escolher equipamentos com maior eficiência energética, o que também vale para os pequenos e grandes negócios.”
Em seu livro, o professor da Poli descreve sobre a produção energética a partir de fontes renováveis. “Esse é um ponto importante porque ele contribui para que nossa matriz fique menos dependente de apenas uma fonte”, destaca. Moreira destaca na entrevista que consumidores também podem produzir energia e economizar no despacho da energia distribuída nacionalmente através de painéis fotovoltaicos, por exemplo. “Claro que tem toda uma legislação por trás disso que torna o problema mais complexo, principalmente em relação a investimentos e retorno, mas do ponto de vista energético é uma grande vantagem”, comenta. Isso já é possível no Brasil e realidade em outros países. “A questão do governo é de divulgação e estímulo, não só financeira, daqui a dez anos nossa matriz energética vai ser bastante modificada com as novas tecnologias”, finaliza.
Fonte: Jornal da USP
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