O encontro dos ministros de economia do G20, realizado na semana passada em Veneza, foi palco de novas cobranças por financiamento climático para as nações mais pobres. A pressão foi redobrada devido ao fracasso recente do G7, o grupo das sete nações mais desenvolvidas do mundo, em oferecer recursos adicionais para o financiamento da ação contra a mudança do clima nos países em desenvolvimento.
A questão é tida como central para o sucesso da próxima Conferência da ONU sobre o Clima (CPO26), prevista para novembro em Glasgow.
A Reuters destacou a fala do secretário-geral da ONU, António Guterres, quem defendeu mais “solidariedade” das nações mais ricas com as mais pobres, especialmente no que diz respeito à adaptação climática nos países mais vulneráveis. Além de novos compromissos, os países pobres também cobram das nações ricas o cumprimento da promessa de destinação de ao menos US$ 100 bilhões anuais para financiamento climático, o que ainda não aconteceu.
“Os países em desenvolvimento precisam de clareza e confiança agora que os US$ 100 bilhões por ano prometidos para ajudá-los a enfrentar as mudanças climáticas serão entregues”, escreveu Alok Sharma, presidente indicado da COP26, também na Reuters. No Climate Home, os ministros do meio ambiente da Costa Rica, Andrea Muza Murillo, e de Granada, Simon Stiell, fizeram coro às cobranças financeiras sobre o G20.
O comunicado final do encontro do G20, no entanto, não sinalizou mudanças substanciais no que diz respeito ao financiamento climático. Os ministros reconheceram a precificação do carbono como ferramenta potencial para lidar com a mudança do clima, bem como o investimento em infraestrutura sustentável e novas tecnologias energéticas, e a racionalização e a eliminação progressiva dos subsídios aos combustíveis fósseis. Ao mesmo tempo, o comunicado não prevê qualquer compromisso de neutralidade das emissões de carbono até 2050, na contramão do que muitos países vêm anunciando nos últimos tempos. A Reuters repercutiu o texto.
Fonte: ClimaInfo
Comentários