Para Carlos Eduardo Lins da Silva, pequenos doadores são os mais difíceis de conseguir, mas são constantes, e por isso criam-se menos dependências entre o veículo e aqueles que o mantêm
As organizações jornalísticas sem fins lucrativos cresceram em 2020, e os doadores individuais foram muito importantes nesse processo. O colunista Carlos Eduardo Lins da Silva vê esse processo com otimismo, pois renova um modelo de negócio que se tem mostrado inviável.
“Os jornais viviam basicamente de vender anúncios para um público que comprava os veículos jornalísticos para obter informações”, diz. “As coisas mudaram de forma radical e não me parece que seja viável continuar fazendo jornalismo desse jeito”, acrescenta.
Em sua coluna Horizontes do Jornalismo, Lins da Silva afirma que, como o jornalismo também é um serviço público, faz sentido que ele seja sustentado por meio de contribuições não empresariais. “A melhor dessas maneiras, na minha opinião, é aquela que depende de pequenos doadores.”
O colunista explica que existem três tipos de financiadores: fundações de empresas, pessoas ricas e pequenos doadores. O terceiro tipo é mais difícil de conseguir, mas ele costuma ser mais constante e assim criam-se menos dependências entre o veículo e aqueles que o mantêm.
Na visão de Lins da Silva, falta uma cultura coletiva e mais convicção dos brasileiros para que esse tipo de financiamento funcione plenamente no País, mas esse cenário está melhorando e permitirá que outras entidades sejam capazes de fazer jornalismo de boa qualidade sem fins lucrativos.
Fonte: Jornal da USP
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