O Brasil entra no 2º semestre com o fantasma do apagão, mas os consumidores de grande porte ainda não se deram conta do risco. A Veja destacou dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) que mostram um aumento de 6,8% no consumo de energia nos primeiros 15 dias de junho, na comparação com o mesmo período no ano passado. O crescimento no consumo foi puxado pela indústria, por empresas de médio e grande porte e shoppings, que tiveram um aumento médio superior a 20% na 1ª metade deste mês. Já os consumidores residenciais, que operam dentro do chamado mercado regulado, a demanda cresceu apenas 0,7%.
De toda maneira, diversos setores econômicos já começam a demonstrar insatisfação com as medidas anunciadas pelo governo federal para garantir o abastecimento elétrico nos próximos meses. Ao Poder360, o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Vidro (ABIVIDRO), Lucien Belmonte, disse que medidas como o acionamento das usinas termelétricas e o reajuste das bandeiras tarifárias podem ser insuficientes para se evitar um colapso, especialmente se a economia brasileira continuar se reaquecendo após o baque da pandemia.
Enquanto isso, em Brasília, o governo prepara a edição de uma Medida Provisória (MP) para mexer na gestão da crise hídrica. Segundo o Valor, o ministro de minas e energia, Bento Albuquerque, vem se encontrando com ministros e desembargadores dos tribunais superiores para “amarrar” o texto da MP de maneira a diminuir o risco de judicialização. O esboço da MP sugere a criação de uma câmara em nível ministerial para centralizar o processo decisório e privilegiar o uso da água para geração hidrelétrica. Isso excluiria outros órgãos responsáveis pela gestão dos recursos hídricos, como as Agências Nacionais de Águas (ANA) e de Energia Elétrica (ANEEL), o Operador Nacional do Sistema (ONS) e o IBAMA.
Fonte: ClimaInfo
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