O tráfico de drogas e o contrabando de madeira são atividades criminais intrinsecamente associadas na Amazônia brasileira, a ponto de compartilharem as mesmas rotas para fugirem da fiscalização. Essa é a conclusão apresentada por Renato Sérgio de Lima, diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), em live do jornal Valor nesta 5ª feira (17/6). Segundo ele, a região amazônica vem sendo disputada por facções do crime organizado e milícias, o que envolve não apenas o uso de violência armada, mas também a corrupção de servidores públicos e autoridades governamentais.
“O crime ambiental tem, sim, conexões com o crime organizado. Para se ter uma ideia, existem algumas pessoas que dizem que hoje o garimpo rende mais do que o quilo da droga, que o ouro vale mais que a cocaína”, disse Lima. O aumento dos preços internacionais do ouro atraiu esses grupos criminosos para o garimpo, aproveitando os caminhos da floresta e da corrupção já utilizados para se passar as drogas pela Amazônia.
Um exemplo disso está acontecendo na Terra Indígena Yanomami, que registrou diversos ataques de garimpeiros contra comunidades indígenas no último mês. Suspeita-se que os garimpeiros responsáveis pelas agressões atuem em nome de uma facção criminosa que controla os presídios de Roraima.
Fonte: ClimaInfo
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