Ao menos uma em cada três mortes relacionadas ao calor em todo o mundo pode ser atribuída à mudança climática causada pela humanidade, de acordo com uma pesquisa publicada nesta 2ª feira (31/5) na revista Nature Climate Change. O estudo foi conduzido por uma equipe internacional de mais de 70 cientistas, que analisou dados relativos a mortes por calor em 732 cidades ao redor do mundo entre 1991 e 2018. A partir dessas informações, os autores estimaram que 37% destes óbitos foram causados por temperaturas mais altas devido ao aquecimento do planeta, o que equivaleria a cerca de 9,7 mil mortes no período. “São mortes relacionadas ao calor que realmente poderiam ter sido evitadas”, comentou Ana Vicedo-Cabrera, epidemiologista da Universidade de Berna, na Suíça, e uma das autoras principais do estudo.
Os maiores percentuais de mortes por calor causadas pela mudança do clima aconteceram em cidades da América do Sul. São Paulo aparece no topo da lista, com uma média de 239 mortes por ano que podem ser atribuídas ao calor decorrente do aquecimento global. Outras áreas de preocupação identificadas pelo estudo são os EUA, o sul da Europa e o sul da Ásia. De maneira geral, o nível de mortes associadas a essa situação varia bastante de local a local: por exemplo, um dia de 31oC de temperatura em Chicago foi associado a um aumento de 36% no risco de mortalidade; por outro lado, um dia de 28oC em Berlim aumentou esse risco em 57%.
O estudo foi destacado na imprensa pelos Associated Press, Bloomberg, Guardian e NY Times.
Fonte: ClimaInfo
Comentários