Um quilo de carne de primeira em Manaus custa, em média, R$ 40. O salário mínimo no Brasil é de R$ 1.100. Daria para comprar 27,5 quilos de carne. Em uma família de 5 pessoas não daria para fazer duas refeições por dia comendo, cada pessoa, 100 gramas de carne durante 30 dias.
Mas nem só de carne vivem os seres humanos. E quem ganha salário mínimo está distante do consumo de carne e de outras proteínas. Grande parte dessas famílias priorizam a compra de carboidrato, como arroz, pão, feijão e macarrão.
Esses produtos também tiveram aumento significativo nos últimos meses. A pandemia de Covid-19 foi usada como desculpa para o aumento de preço desproporcional, principalmente nos itens mais consumidos pela população mais pobre.
Além da carne, que teve aumento acima de 30%, o frango, o peixe e o ovo também aumentaram. Em menos de um ano, o valor do ovo de galinha dobrou de preço nos pequenos comércios, lá onde a população mais carente e consumidora desse produto faz as compras.
Nos supermercados, o preço do feijão dobrou, o do arroz também dobrou e o açúcar está cerca de 50% mais caro comparado aos preços de um ano atrás.
O material de limpeza, outro grupo de produtos que tem consumo obrigatório na população de baixa renda, também sofreu reajuste muito acima da inflação.
Enquanto isso, o reajuste do salário mínimo de 2021 não chegou a cobrir a inflação de 2020, de 5,45%. Se o reajuste cobrisse a inflação, o valor do salário mínimo deveria ser de R$ 1.102.
O resultado prático do aumento de preços, combinado com o desemprego e a redução de salários da classe média, foi a inclusão do Brasil, de novo, no mapa da fome das Nações Unidas.
O Brasil sempre figurou no mapa da fome, desde que ele foi criado, mas saiu dessa condição em 2014 graças às políticas públicas desenvolvidas pelos governos brasileiros em anos anteriores.
Neste ano de 2021, no entanto, a fome no país volta a atingir o patamar de 5% ou mais da população, condição para ser reincluído no mapa da fome.
Fonte: Amazonas Atual
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