O albatroz é um pássaro incrível que vive até 60 anos e viaja milhares de quilômetros pelos oceanos. São pássaros enormes e, entre as curiosidades, está o fato de que algumas espécies de albatroz formam casais para a vida inteira que voltam sempre às mesmas ilhas para criar seus filhotes.
No Brasil e no mundo, no entanto, o albatroz é ameaçado pela captura acidental, assim como muitos pássaros marinhos. As aves são atraídas por peixes capturados em redes ou usados como iscas e acabam presas em redes e anzóis.
Na Namíbia, por exemplo, a pesca mata acidentalmente entre 22 mil e 30 mil aves por ano, incluindo o ameaçado albatroz-de-nariz-amarelo do Atlântico. Muitas destas mortes acontece pela pesca em espinhel, método que usa uma linha central com várias linhas com anzóis e iscas presas à ela. Outros pássaros colidem os cabos de aço que puxam as redes de pesca.
E é justamente da Namíbia, onde a morte acidental de albatrozes é tão alta, que vem uma solução para evitar a captura de aves marinhas na pesca. Conservacionistas testaram um método incrivelmente simples de afastar aves marinhas dos barcos que pode evitar dezenas de milhares de mortes acidentais.
Um estudo recente publicado sobre a indústria pesqueira da Namíbia determinou que houve uma redução de 98% nas mortes de albatrozes e outras aves marinhas depois que, por lei, os pescadores começaram a prender cordas coloridas na parte de trás de seus barcos.
A linhas coloridas assustam os pássaros e sua instalação é fácil. Uma vara colorida montada na popa de uma traineira de pesca é amarrada ao longo de cordas coloridas. Os cientistas não sabem se são as cores fortes ou o movimento destas cores que afastam as aves, mas estas cordas passam a funcionar como uma espécie de “espantalho marinho”.
Os pássaros que são atraídos pela “comida fácil” que está próxima aos barcos de pesca acabam mudando de ideia ao se depararem com as cores em movimento que a linha representa.
“A cor e o brilho da linha e, em seguida, este movimento que ela faz, acabam afastando os pássaros. Isso já foi testado em outras partes do mundo com sucesso” explica Titus Shaanika, um conservacionista namibiano e co-autor do estudo.
As linhas que assustam os pássaros foram impostas por lei, mas Shaanika conta que foi fácil convencer os pescadores de adotar a medida já que o custo e o tempo para instalação são pequenos e valem a pena.
A Royal Society for the Protection of Birds (RSPB) e a BirdLife International’s Albatross Task Force (ATF) também trabalham para evitar que espécies ameaçadas de extinção continuem sendo capturadas acidentalmente por pescadores.
“O efeito cumulativo da captura acidental para os albatrozes em particular foi devastador: 15 das 22 espécies estão ameaçadas de extinção. Felizmente, este é um problema para o qual existem soluções simples”, afirma Rory Crawford, Gerente do Programa Bycatch na RSPB.
Fonte: Ciclo Vivo
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