Presidente de órgão reconhece que avaliação causou problemas de aceitação do imunizante na Alemanha. Por escassez de estudos, comissão restringiu uso da vacina a menores de 65 anos.
A Comissão Permanente de Vacinação da Alemanha (Stiko) pretende alterar a recomendação para a vacina contra covid-19 desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca em parceira com a Universidade de Oxford que limitava o uso do imunizante apenas para pessoas com menos de 65 anos.
Em entrevista à emissora pública alemã ZDF, o presidente do Stiko, Thomas Mertens, reconheceu na noite de sexta-feira (27/02) que a recomendação causou problemas de aceitação da vacina da AstraZeneca na Alemanha.
No final de janeiro, a comissão, que é ligada ao Instituto Robert Koch (RKI), recomendou a vacina apenas para as pessoas com idade entre os 18 e os 64 anos, argumentando não haver dados suficientes para avaliar a eficácia do imunizante em maiores de 65 anos. A Organização Mundial de Saúde (OMS), no entanto, já declarou que vacina é segura e eficaz também nessa faixa etária.
“Nós nunca criticamos a vacina, só criticamos o fato de não haver dados suficientes sobre a sua eficácia em maiores de 65 anos. A vacina é muito boa e os novos dados nos permitem agora fazer uma avaliação melhor”, afirmou Mertens à ZDF.
A recomendação da comissão contribuiu para a rejeição do imunizante do imunizante no país. Ao ser questionado sobre isso, Mertens disse que “a coisa toda correu mal de alguma forma” e destacou que, com base em novos dados, uma atualização da recomendação está sendo preparada.
O presidente da Stiko afirmou ainda que a comissão não descarta a possibilidade de um intervalo maior entre a aplicação das duas doses da vacina, mas para isso é necessária uma avaliação mais minuciosa dos dados existentes.
Depois de um início lento e de problemas na campanha de vacinação na Alemanha devido, principalmente, à escassez de imunizantes, o processo tem acelerado nos últimos dias. Alguns cidadãos, porém, ainda tem receios sobre as vacinas, sobretudo em relação à da AstraZeneca.
Fonte: DW
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