Com a chegada do verão, começam as famosas dietas da moda e todos correm atrás do corpo ideal, mas o que muita gente não sabe é que a gordura de que todos querem se livrar nem sempre é ruim para a saúde. O corpo possui seis tipos de gordura: essencial, branca, marrom, bege, subcutânea e a visceral.
O endocrinologista Marcio Correa Mancini, chefe do Grupo de Obesidade da Disciplina de Endocrinologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e autor do livro Tratado de Obesidade, explica a importância e os riscos delas. “A gordura é importante para o funcionamento do nosso organismo”, diz ele, citando, por exemplo, a gordura essencial, “que está presente na membrana das nossas células e em órgãos, na membrana que recobre os nossos nervos, e é uma gordura muito importante para o funcionamento do nosso organismo”.
Já a gordura que funciona como um reservatório de energia é a gordura branca, importante em algumas fases da vida, mas prejudicial em excesso. “Quando excessiva, ela pode se localizar, além de embaixo da pele (gordura subcutânea), na parte visceral, e isso pode levar a problemas como o da esteatose hepática”, que pode evoluir para uma inflamação e até mesmo para a cirrose, doenças cardiovasculares, diabete, pressão alta. A gordura marrom, por sua vez, funciona como uma manta, ela produz calor e é muito comum também em animais que hibernam ou que fazem longos percursos. Por isso, é importante também no recém-nascido, “para se adaptar do ambiente uterino para o ambiente externo”.
O controle do peso é vital para a prevenção da gordura que se acumula nos órgãos, independentemente da idade. “Crianças, jovens ou adolescentes também correm risco e podem ter as mesmas doenças que o adulto tem pelo excesso de gordura.” Portanto, não se deve aceitar como normal o excesso de peso, mesmo na infância, evitando assim o surgimento de doenças crônicas, como pressão alta e diabete. Diz Mancini: “O tratamento da obesidade é o tratamento de um problema crônico de saúde, da mesma forma que pressão alta e diabete. Ele se faz através de mudança de estilo de vida e isso é individualizado”, o que significa dizer que o médico é quem avalia o que é melhor para cada pessoa. Casos extremos podem até mesmo necessitar de cirurgias, como a bariátrica.
Fonte: Jornal da USP
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