E segue a “queda de braço” entre a concessionária Norte Energia e o Ibama por conta das mudanças exigidas pelo órgão ambiental na vazão de água da usina de Belo Monte para o trecho da Volta Grande do Xingu. Mesmo sob pressão do restante do governo federal, o Ibama determinou que a usina libere a vazão máxima, de 10,9 mil metros cúbicos de água por segundo, entre os dias 1º e 7 de fevereiro. A decisão se deve a análises técnicas que mostraram o impacto da retenção de água em espécies de peixes no Xingu, prejudicando comunidades ribeirinhas e indígenas que vivem nas margens do rio.
A concessionária, por sua vez, acionou o ministério de minas e energia para pressionar pela derrubada da determinação do Ibama: para a Norte Energia, a liberação para além da vazão de 1,6 mil m3 por segundo reduzirá o volume de energia elétrica previsto para geração neste mês, complicando ainda mais o já complexo panorama do setor elétrico brasileiro neste verão. Segundo a Associação Nacional dos Consumidores de Energia (ANACE), a geração menor de Belo Monte (que responde por cerca de 5% da garantia física total de geração no país) pode forçar o mercado elétrico a arcar com um custo adicional de até R$ 10 bilhões, decorrentes do acionamento de usinas termelétricas, mais caras, para compensar a energia não gerada pela hidrelétrica.
Canal Energia, Estadão e Valor repercutiram a notícia.
Fonte: ClimaInfo
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