Um dos verdadeiros milagres da vida, o humilde ovo, é talvez um dos alimentos mais versáteis do planeta.
É formado em períodos entre 24 e 26 horas, e as galinhas podem botar cerca de 250 ovos por ano.
O ovo é pura proteína, e há vários métodos (tanto doces, quanto salgados) de preparar esta potência nutricional natural.
Ovos podem ser adicionados crus em smoothies, podem ser fritos, cozidos, mexidos ou pochê, e podem ser consumidos no café da manhã, almoço, lanche e jantar.
Podem ser comprados em quase qualquer lugar, duram várias semanas, são relativamente baratos e podem fazer mágica em fornadas de bolos, biscoitos e pães.
Todos nós sabemos quão facilmente eles podem ser transformados em uma refeição, mas há muito mais nos ovos do que podemos ver.
A seguir, tudo o que você precisa saber sobre o poderoso ovo.
1. Ovos são históricos
Os seres humanos comem ovos desde os primórdios da humanidade.
Os antigos romanos comiam ovos de pavão, e dizem que os chineses se interessavam por ovos de pombo.
Quando a maioria de nós pensa em ovos, geralmente imagina ovos de galinha. No entanto, ovos de codorna, pato, ganso e peru também são consumidos.
Os de avestruz e emu são possivelmente os maiores ovos comestíveis, pesando de 1 a 2 kg.
Há ainda as ovas de peixe, como caviar e hilsa, uma iguaria repleta de nutrientes essenciais.
2. Ovos = potência nutricional
Os ovos são considerados um dos alimentos mais nutritivos do planeta.
São uma fonte natural de proteína barata e de alta qualidade: mais da metade da proteína se encontra na clara, que também inclui vitamina B2 e quantidades menores de gordura do que a gema.
A proteína dos ovos ajuda a reduzir a pressão arterial, otimizar a saúde óssea e aumentar a massa muscular.
Os ovos também são uma fonte rica em selênio, um antioxidante importante para o funcionamento da tireoide, nosso sistema imunológico e saúde mental, junto com as vitaminas D, B6, B12, zinco e ferro.
São uma boa fonte de antioxidantes e também podem ajudar a reduzir o risco de degeneração macular e catarata.
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3. Costumavam ter má reputação
Por muitos anos, os ovos foram considerados prejudiciais à saúde devido aos seus altos níveis de colesterol.
De fato, se recomendou limitar o consumo de ovos.
Mas essa informação se originou do que hoje são consideradas conclusões incorretas de uma pesquisa inicial que estabelecia que o colesterol alimentar contribuía para aumentar o colesterol no sangue.
Muita gente acredita que o colesterol é prejudicial, mas a verdade é que ele é essencial para o funcionamento do nosso organismo.
Portanto, apesar do que você pode ter ouvido por aí, não há uma recomendação que limite o número de ovos que você pode comer.
4. Mas sempre foram simbólicos
Em muitas culturas ao redor do mundo, o ovo é sinônimo de vida nova, fertilidade e renascimento.
Eles significam vida nova desde as origens da humanidade, muito antes do Cristianismo
Na verdade, um antigo provérbio romano dizia que toda vida vem de um ovo.
5. Não, os ovos não são a menstruação da galinha
Defensores do veganismo e dos direitos dos animais frequentemente acusam os ovos de serem a “menstruação da galinha”, mas não é bem assim.
A gema do ovo que comemos no dia-a-dia é um óvulo não fecundado — ou seja, não houve a fertilização com a célula reprodutiva masculina do galo. Na mulher, a menstruação também acontece quando o óvulo deixa de ser fecundado, mas isso ocorre somente cerca de duas semanas depois da própria ovulação, que é a liberação deste gameta feminino.
Esta comparação é complicada também pelo fato das galinhas, por não serem mamíferas, terem um sistema reprodutivo bastante diferente. Elas não têm um útero e um endométrio como nós, humanas (e mamíferas).
O endométrio, um revestimento do útero que visa “abrigar” o feto, é aquilo que a mulher elimina a cada menstruação.
As galinhas até têm uma seção do oviduto (canal pelo qual acontece a reprodução) análoga a um útero, que costuma ser chamada de “glândula da casca”. Entretanto, sua função e funcionamento são muito diferentes do útero das mamíferas.
6. Covid-19 aumentou a demanda
As vendas de ovos dispararam durante a pandemia, o que por sua vez levou a um aumento significativo no preço dos ovos em várias partes do mundo.
A demanda por ovos é historicamente alta durante períodos econômicos difíceis, possivelmente devido ao fato de que eles são uma fonte relativamente barata de proteína e outros nutrientes e também são um ingrediente extremamente versátil.
E com mais tempo em casa, a atual pandemia levou mais famílias a cozinhar do zero, assar pães e bolos e comer em casa, usando portanto mais ovos.
7. Múltiplos usos
Os ovos não são apenas para comer. Eles têm muito mais usos tanto dentro de casa, quanto em seus arredores e no jardim, além de serem ótimos em produtos de beleza caseiros.
Os ovos podem ser uma excelente cola caseira, podem ser usados para limpar couro e podem servir, inclusive, de adubo.
A casca também é um recurso surpreendentemente útil, e uma parte vital e importante deste maravilhoso alimento repleto de nutrientes.
Algumas das muitas utilidades da casca de ovo incluem abastecer sua pilha de compostagem, ser usada como desentupidor abrasivo e para controlar pragas no jardim.
E a membrana da casca do ovo pode até ser usada como um curativo improvisado para cortes ou arranhões — certifique-se apenas de limpá-la bem primeiro.
8. As gaiolas em bateria são proibidas na União Europeia
Mais de 90% dos ovos produzidos no Reino Unido têm a marca registrada.
Isso garante que as galinhas e os ovos são britânicos, que as galinhas foram vacinadas contra salmonella e criadas de acordo com os altos padrões de bem-estar exigidos por lei.
Na União Europeia, as convencionais gaiolas em bateria são proibidas.
No Reino Unido, elas foram substituídas por gaiolas maiores e “enriquecidas”, que permitem que as galinhas expressem mais seus comportamentos naturais, como se empoleirar, tomar banho de poeira e fazer ninho.
No Brasil não existem restrições legais, mas diversas empresas da indústria alimentícia já anunciaram planos de abandonar o uso de ovos de galinhas confinadas em gaiolas de bateria.
*Hazel Flight faz parte do programa Lead Nutrition and Health da Edge Hill University, no Reino Unido.
Este artigo foi publicado originalmente no site de notícias acadêmicas The Conversation e republicado aqui sob uma licença Creative Commons. Leia aqui a versão original (em inglês).
Fonte: BBC News
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