Segue a movimentação política de europeus e sul-americanos para emplacar o acordo comercial Mercosul-UE. Na 2ª feira (14/12), representantes dos dois blocos se reuniram em Berlim (Alemanha) para discutir caminhos potenciais para a ratificação do texto no próximo ano, atenuando as preocupações de diversos governos, empresas, investidores e consumidores europeus sobre os efeitos da parceria comercial sobre o meio ambiente, especialmente no Brasil.
Em nota, a Comissão Europeia destacou que Mercosul e UE seguem comprometidos em torno do acordo e reforçou a “convicção de que ele deve ser implementado de maneira a gerar benefícios para ambos os lados nas dimensões econômica, social e ambiental do desenvolvimento sustentável”. O texto também reafirma que o acordo comercial deve ser alinhado a compromissos internacionais relevantes, em particular o Acordo de Paris. A declaração da Comissão Europeia acontece uma semana depois do Brasil apresentar uma polêmica proposta de Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) para o Acordo de Paris que, na prática, enfraquece os compromissos climáticos atuais do país.
O chanceler brasileiro Ernesto Araújo afirmou que a prioridade nº 1 do bloco para o próximo ano é “fechar de uma vez por todas” o acordo comercial com a UE. Ele também disse que o Brasil mantém seus compromissos ambientais e de desenvolvimento sustentável e defendeu que o acordo seja um meio de cooperação e não um “instrumento de barganha cruzada ou de pressão indevida”.
O Globo e Valor repercutiram essa notícia.
Em tempo: No tabuleiro climático global que se desenha para 2021, o Brasil virou plateia. No Valor, Daniela Chiaretti analisou o impacto do mico político protagonizado pelo governo Bolsonaro na semana passada, quando apresentou uma NDC fraca, sem transparência nem discussão com a sociedade e os atores econômicos, que conseguiu a proeza de diminuir a ambição dos compromissos climáticos do país. O debacle virou desastre dias depois, quando o Brasil foi vetado na lista de nações que participaram da Cúpula da Ambição Climática, no último sábado (12/12). Sem ambição nem vergonha, o governo brasileiro caminha a passos largos rumo à irrelevância política nas negociações climáticas.
Fonte: ClimaInfo
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