A saída do presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), coronel Homero Cerqueira, foi confirmada na edição desta sexta-feira no Diário Oficial da União. Porém, ao contrário do que informamos ontem, não foi ele quem entregou o cargo. A exoneração foi decisão do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
O ex-presidente do ICMBio – que estava no cargo desde abril de 2019 – disse não saber o motivo da própria saída. “Tem que perguntar pro Ricardo Salles, eu não pedi demissão, ele que me exonerou. Eu fazia um trabalho, eu acho que a contento. Os servidores estavam contentes”, disse Cerqueira, em entrevista ao ((o))eco.
Um dos motivos ventilados pelos corredores do ICMBio para a saída de Homero seria a que Salles teria desautorizado equipes do ICMBio em sua visita ao Pantanal, o que teria gerado descontentamento de Homero. Outro motivo teria sido a desconfiança de Salles após o nome do coronel ser cotado para substituí-lo no Ministério do Meio Ambiente. Sobre esse rumor, Homero comentou:
“Pode ser, né? pode ser. Talvez as lives com o [Mário] Sergio Cortella [Homero estava fazendo uma série de lives em comemoração ao 13ª aniversário do ICMBio]. Hoje vai ter com o médico [Hilton Telles] Libanori. Quer dizer, hoje não vai mais ter. Eu sempre fiz isso na minha carreira profissional. Então não sei o que acontece. É melhor perguntar para ele, tá?”.
Perguntado sobre se a relação com o ministro vinha normal nas últimas semanas, Homero desconversou. “Não, é uma coisa que me é particular. É uma pessoa de difícil trato. Mas tudo bem”.
Histórico
O coronel da PM Homero de Giorge Cerqueira foi indicado ao cargo em abril de 2019, dois dias após o antecessor, Adalberto Eberhard, pedir demissão. Sob seu comando, o órgão ambiental passou a contar com uma militarização em quase todos os cargos de chefia e a nomear PMs e bombeiros para o comando de unidades de conservação.
Em maio, a maior reestruturação do ICMBio desde a sua criação, em 2007, foi oficializada, com a extinção de seis coordenações e a criação de uma gerência regional por região do país, além da criação de novos núcleos de gestão integradas, que uniram as equipes de diferentes unidades de conservação vizinhas – e outras nem tanto – em uma mesma equipe, numa mesma sede e com o mesmo chefe.
Fonte: O Eco
Comentários