Augusto César Barreto Rocha (*)
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“O que faremos após o fim da pandemia para ganhar dinheiro a partir dos recursos da Amazônia? O que fazer sem destruí-la? Onde estão estas respostas? Precisamos urgentemente de liberdade para agir, pois de outra forma seguiremos apenas com a liberdade para ser tutelados e o triste é que tem gente que até está procurando tutores, o que já é um bom começo para encontrarmos alguma união.”
Qual a agenda de ações para sairmos da crise? Não existe esta resposta. O mundo ainda não sabe. A liberdade para proposição de perguntas e respostas é uma condição fundamental para chegarmos a uma saída para a crise. Todavia, temos dificuldades de conciliação no entorno de algum mínimo de elementos. Possuímos ampla capacidade de reclamação e de discordância e baixíssima capacidade de união em torno de objetivos.
A enorme queda no preço do petróleo reduzirá o custo operacional do transporte internacional e isso pode ser uma janela de oportunidade nunca experimentada. Este fato ainda não aconteceu porque toda a atividade do setor está severamente abalada pela queda na demanda e pelos fechamentos de fronteira, mas isso não será para sempre. Em algumas semanas veremos o efeito do baixo custo do combustível e das frotas de navios e aviões prontos para transportar.
Crises são também oportunidades. Para enfrentar a oportunidade que temos pela frente não falta liderança, o que faltam são soluções que unam as pessoas e com isso a vulnerabilidade de quem não produz o essencial ficou claramente demonstrada. A provável queda na globalização é uma oportunidade para a Amazônia e para a Zona Franca de Manaus. Estamos disponíveis para aproveitar?
O que faremos após o fim da pandemia para ganhar dinheiro a partir dos recursos da Amazônia? O que fazer sem destrui-la? Onde estão estas respostas? Precisamos urgentemente de liberdade para agir, pois de outra forma seguiremos apenas com a liberdade para ser tutelados. O triste é que tem gente que até está procurando tutores, o que já é um bom começo para encontrarmos alguma união.
Falta boa vontade para aproveitar os potenciais em todos os campos. O mundo de hoje é cheio de pessoas que adoram retirar a liberdade dos outros. Do macro ao micro, temos grande capacidade de ser contra e baixa capacidade de ser a favor. A capacidade de ser contra é o oposto da liberdade. Será que ansiamos por liberdade ou ansiamos por distanciamento daqueles que são diferentes de nós? Ao invés de matar as ideias dos outros, deveríamos buscar as ideias no entorno das quais podemos nos unir. A minha proposta é: vamos desenvolver a Amazônia, por meio de seus recursos naturais e sem destruí-la.
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