Enquanto se multiplica o desencontro de decisões do governo federal e de Estados nas ações frente à pandemia de coronavírus no país, o ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas utilizou o Twitter, na tarde de segunda-feira, 30, para defender as intenções do presidente Jair Bolsonaro e criticar “ações extremadas”.
“Nosso país vive um momento especial e muito grave. Tenho visto com preocupação que muitos dos protagonistas não entenderam que urna crise exige sinergia, integração de esforços e a compatibilização de visões de curto e longo prazo.”
O militar da reserva, que também é assessor do Gabinete de Segurança Institucional, relacionou o atual momento à greve dos caminhoneiros, ocorrida em 2018.
“Precisamos entender que ações extremadas podem acarretar consequências imprevisíveis. Temos, num passado não muito remoto, um evento do qual se pode extrair lições úteis sobre as consequências de paralização de serviços essenciais, a greve dos caminhoneiros.”
Villas Bôas defendeu as intenções do presidente Jair Bolsonaro, segundo ele, voltadas ao bem-estar do povo e ao futuro do país.
“Pode-se discordar do Presidente, mas sua postura revela coragem e perseverança nas próprias convicções. Um líder deve agir em função do que as pessoas necessitam, acima do que elas querem.”
Isolamento vertical e economia
A mensagem é divulgada após o discurso de Bolsonaro estimulando isolamento vertical no país – de apenas pessoas pertencentes aos grupos de maior vulnerabilidade ao vírus – visando não prejudicar a economia, que já sente os efeitos no mercado. A determinação não foi acatada por governadores e nem mesmo pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
“Visões e ações extremadas, nesse momento, poderão acarretar um preço elevado a ser pago pelos desassistidos e os que vivem na informalidade”, destacou Villas Bôas, na linha do posicionamento presidencial.
Já o ministro defendeu na segunda-feira que a população siga as orientações dos Estados no sentido de manter o isolamento. “Tenho dialogado com os secretários municipais estaduais dentro do que é técnico, dentro do que é científico, dentro do planejamento”, disse.
“Por enquanto mantenham a recomendação dos estados, por que essa é, no momento, a medida mais recomendável, já que nós temos muitas fragilidades no sistema de saúde, que são típicas não de falta do Ministério da Saúde ou do governo.”
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