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“Quer dizer então que só podemos alocar fábricas de manufatura básica, em forma de kits, e que tem a possibilidade de extinguir?”
Sandro Breval
—— Por Sandro Breval——
Se a questão é divulgar alternativas, a montadora americana seria uma ótima opção. Mas desculpe, esqueci que na verdade, somente o resto do Brasil que pode. E na Zona Franca de Manaus? Nem as baterias? Não, você é do Amazonas um Estado de complexa logística, baixo IDH, cercado de florestas e reservas.
Então tá.
Nem o software embarcado, do carro, podemos fabricar? Customizar? ou algo parecido? Também não, mesmo com o P&D existem programas específicos prioritários.
Entendi. Quer dizer então que só podemos alocar fábricas de manufatura básica, em forma de kits, e que tem a possibilidade de extinguir? Isso mesmo terás até um decreto para te proteger das inovações e mudanças tecnológicas. Excelente!
Carro-de-boi
Como todo o respeito ao Guimarães Rosa, a conversa acima, com todos as suas hipérboles e sarcasmos, acima poderia ter existido, ou existirá, não sabemos, mas a tua temática é totalmente verdadeira. Talvez entre o Buscapé e o Brilhante, ou entre o Brabagato e o Dansador, ou talvez o boi-de-guia – o Namorado, enquanto nosso carro-de-boi vai passando por uma transição tecnológica violenta e hostil, e ainda não temos a menor ideia de como iremos enfrentá-la. Tem o Capitão também.
Coice
Quem será nosso Canindé? Boi de coice. Precisamos dar um coice e atuar fortemente neste caminho denso que nosso carro-de-boi está passando. Algum “carreiro” que se apresente porque a luta continua ardilosa, caminho lamacento com toró vindo do distrito federal.
Não durmam no aguilhão do carro
Se dormir no aguilhão, os bois de derrubam com solavancos violentos propositais, selvagens, e nos pisam lentamente. Soronhos em nossa defesa é ingenuidade, dorme na viagem, não conhece direito o caminho. Cuidado com as juntas do carro-de-boi, elas de vez em quando juntam diferentes, separam parceiros.
A dificuldade será dar um norte, sem trocadilhos, para o que queremos fazer. Não adianta puxar entre si, o ideal que sigamos em frente. Bois diferentes caminho difícil.
Junta tudo
O Realejo é a última junta fico perto dos homens. Ele que sente primeiro, aliás percebe os movimentos e até os pensamentos. Boi de coice também. Nosso carro precisa ter todas as juntas, ainda que usadas e desgastadas, mantendo o caminho, passando pelo atoleiro. Não podemos abrir mão de nenhuma junta eletroeletrônica, duas rodas, metal mecânica e etecetera. Reze e trabalhe.
Quem será o Timborna ?
A conversa não terminou, tem muita prosa pela frente, não podemos apenas narrar, contudo precisamos atuar fortemente – com todas as juntas possíveis, mas lembrando de não quebrar o carro, que já anda meio atolado e ainda não é elétrico.
(*) Sandro Breval – Doutor em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Mestrado em Engenharia de Produção Pela Universidade do Amazonas (2009), Especialização em Gerência Financeira Empresarial e graduação em adminsitração pela Universidade Federal do Amazonas (2000). Experiência em direção e gerenciamento no segmento industrial com destaque para Metal-Mecânico, em tecnologia da informação, atuando em implantação de ERP e automação bancária. Professor da Ufam. Especialização: Universidade de Chicago (EUA) Finanças e Políticas Públicas Insead (França) Gestão Estratégica, Wharton School (EUA) Strategy and Business Innovation, Insead (Madrid) Alta performance em Liderança.
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