Algumas palestras merecem atenção especial na II Feira do Polo Digital de Manaus, que se inicia neste dia 15 de outubro sob o slogan de Manaus Inteligente. Coincidentemente, este é o dia em que nossos mestres são celebrados. Assuntos destacados serão apresentados por dois professores que estão focados num mesmo objetivo: a construção dos pilares de uma Indústria 4.0 com cara de Amazônia, para dar um salto do tamanho dos desafios que nos instigam e da grandiosidade de nosso patrimônio natural e da prosperidade que ele nos pode propiciar.
A Quarta Onda bate à porta
Sandro Breval Santiago, pós-doutor em Inovação Tecnológica, recebeu recentemente o título da Universidade do Porto, justamente no tema sobre o qual vai falar: Análise de Maturidade e Prontidão da Indústria 4.0 no Polo Industrial de Manaus, enquanto o outro professor doutor em Engenharia de Transportes, Augusto Cesar Barreto Rocha, vai discorrer sobre Implementação da Indústria 4.0. Ambos são docentes da UFAM, onde promovem a qualificação dos jovens e se dedicam a desenvolver a cultura inovadora que se impõe. Na mesma pegada, Roberto Garcia, dirigente da Fundação Paulo Feitoza Tech, vai fazer uma apresentação sobre a “Quarta Onda, e o que você tem a ver com isso?”. A proposta é disseminar os temas e a linguagem da comunicação digital para motivar as novas gerações. São destaques entre tantos desta importantíssima iniciativa do CODESE, (Conselho de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico de Manaus).
Falta massa crítica
O vice-presidente do Conselho, o engenheiro Romero Reis, incluiu na pauta da Feira um assunto da mais alta relevância: a escassez de recursos humanos para atender a nova Indústria. “O evento, pelo segundo ano consecutivo, reunirá no mesmo espaço startups, institutos de pesquisa e desenvolvimento, profissionais capacitados, clientes, consumidores e pessoas interessadas em conhecer e ingressar neste promissor segmento econômico, além de autoridades acadêmicas responsáveis por políticas educacionais que vão debater a questão dos recursos humanos”. Lembremos que mercado de Tecnologia da Informação, que responde por 7% do Produto Interno Bruto (PIB), demandará 420 mil novos empregos até 2024, segundo a entidade das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação.
Questões vitais
É curioso que, com a realização desta II Feira do Polo Digital de Manaus, algumas respostas começam a aparecer para questões formuladas pelo CODESE, há pouco mais de um ano. Na ocasião, seu presidente, o empresário Antônio Azevedo, enfatizou três aspectos que permeavam as linhas de ação do Conselho naquele momento: geração de emprego, enfoque especial da qualificação dos recursos humanos – educação – e a utilização sustentável dos recursos naturais da Amazônia. Com estas preocupações, a instituição trouxe o professor Maurício Pinheiro Fleury Curado para apresentar ‘Brasil 2035 – Cenários para o Desenvolvimento’, um trabalho do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicadas) sob sua coordenação.
Livres, justos e solidários
O trabalho já tem três anos mas suas questão se atualizam a casa dia:. Que caminho o Brasil poderá trilhar até 2035 para que tenhamos um país desenvolvido, com uma sociedade mais livre, justa e solidária no futuro próximo ?. Que saltos poderíamos dar com a ajuda das tecnologias de informação e comunicação? O que seria necessário? A bioeconomia será a nova fronteira para a competência agrícola brasileira? É possível reverter problemas como segurança pública, qualidade da educação, altas taxas de juros e um sistema tributário e legal que penaliza o processo produtivo? Quando seremos capazes de superar a fragmentação da sociedade brasileira, o insano “nós contra eles” que alimenta as lutas ideológicas de falsificação da realidade? Parabéns, CODESE, seus organizadores, suas lideranças, seus convidados que acreditam na Amazônia e no Brasil. O Polo Digital de Manaus é uma realidade inconteste, semeadura de um novo tempo para desenhar um futuro que já se faz presente..
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