Em sessão tensa no Senado, declarações de Lula sobre Gaza provocam pedidos de retratação pelo presidente do Senado Rodrigo Pacheco, e acaloradas defesas como a do senador Omar Aziz, destacando-se críticas ao encontro do governo Bolsonaro com extremistas e apelos por paz entre Israel e Palestina.
Na recente declaração do senador Omar Aziz (PSD), um gesto de comprometimento com a preservação da democracia e com o respeito aos princípios constitucionais ficou evidente. Durante uma entrevista concedida ao canal UOL News nesta quinta-feira (22/2), o senador não apenas expressou sua preocupação com a punição de empresários do Amazonas que financiaram atos antidemocráticos, mas também destacou a importância da responsabilidade constitucional das forças armadas.
Aziz fez um apelo veemente pela necessidade de ação legal contra empresários de Manaus que apoiaram financeiramente manifestações golpistas em frente ao Comando Militar da Amazônia (CMA), após as eleições de 2022. Tal apoio incluiu o fornecimento de alimentos para os manifestantes que acamparam no local, demonstrando uma tentativa de desestabilização da ordem democrática.
Além disso, o senador abordou a questão da conduta do então Comandante Militar da Amazônia, Achilles Furlan Neto, reforçando a ideia de que a conivência com atos que desafiam a democracia não pode ser tolerada. Ao fazer isso, Omar Aziz ressalta a importância de as forças armadas se manterem firmes em seu papel constitucional de defesa do estado democrático, sem se envolver em atividades políticas partidárias.
Esta posição de Aziz não apenas reafirma seu compromisso com a democracia, mas também serve como um lembrete crucial de que as instituições do país, incluindo as forças armadas, devem permanecer apolíticas e dedicadas aos princípios constitucionais. A coerência do senador Omar Aziz, portanto, reflete um chamado à ação que ressoa com a necessidade de manter os pilares da democracia brasileira intactos e protegidos contra qualquer forma de erosão.
Assista a entrevista que Omar Aziz deu para a equipe do Uol:
Encontros com extremistas durante o governo Bolsonaro
A visita da parlamentar de extrema direita ao Brasil não se limitou a encontros informais. Ela foi recebida pelo então ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, que atualmente é senador. Além disso, teve reuniões com os deputados Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e Bia Kicis (PSL-DF), esta última presidindo na época a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara.
Omar Aziz destacou a incoerência nas críticas ao presidente Lula, apontando que, ao contrário do governo anterior, Lula nunca teve encontros com figuras nazistas. “Não tem o que se comparar realmente com o Holocausto. É impossível. Agora, o presidente Lula nunca abraçou uma deputada nazista. E a direita quietinha”, enfatizou Aziz. Ele também relembrou sua própria herança palestina e a solidariedade expressa ao povo judeu, criticando a recepção discreta de uma nazista pelo governo anterior e a reação exagerada atual.
Posicionamento de senadores sobre o conflito
O senador Jaques Wagner (PT-BA), destacando sua origem judaica e posição como líder do governo, interpretou as palavras de Pacheco não como uma reprimenda a Lula, mas como parte de um esforço pela paz. Wagner condenou as ações do Hamas e defendeu a coexistência pacífica entre Israel e Palestina. Ele criticou duramente tanto o ataque terrorista quanto a resposta violenta de Israel. “A morte de crianças e mulheres com a desculpa de caçar o Hamas é um absurdo. Foi deplorável o ataque terrorista e igualmente é deplorável a chacina que Israel está fazendo na Palestina”, declarou Wagner, evidenciando a complexidade e a gravidade do conflito.
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