O rio Madeira voltou a subir após meses de seca histórica, ultrapassando cota de um metro
O rio Madeira, mais notável afluente do rio Amazonas, voltou a ultrapassar a cota de um metro no último domingo (03), após período extenso de secas. Foram mais de 30 dias batendo recordes de mínimas históricas: de acordo com Serviço Geológico do Brasil (SGB), em setembro, o nível do rio chegou a 96 centímetros e, em outubro, atingiu seu ponto mais crítico, marcando apenas 19 centímetros. A estiagem já é mais severa do que a vivida em 2023.
Cerca de 70% da vazão do rio Madeira são de regiões de cabeceira do Peru e Bolívia. Por isso, de acordo com o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), as chuvas nas cabeceiras do rio, na Bolívia, vêm contribuindo para a recuperação gradual do nível das águas.
A Defesa Civil de Rondônia reforça que a continuidade dessas chuvas é fundamental para que o rio recupere seu volume, visto o funcionamento dos portos na região, que tiveram uma redução de 60% no transporte de cargas. Além disso, a seca extrema também altera a realidade de famílias ribeirinhas que vivem às margens do rio Madeira: algumas sobrevivem com cerca de 50 litros de água por dia em razão estiagem extrema no estado, segundo o g1.
Cenário geral da seca
Apesar do aumento do nível do rio Madeira, outros rios ainda enfrentam cenários instáveis ou quedas alarmantes. O Rio Negro, um dos principais corpos d’água do Amazonas, voltou a registrar queda em seu nível nesta segunda-feira, 4 de novembro, marcando 12,17 metros na estação de monitoramento do Porto de Manaus. O rio subiu 1 centímetro nesta terça-feira (05), mas segue 1,01 m abaixo da registrada na mesma data do ano passado (13,19 m).
Na semana passada, o rio Solimões voltou a apresentar recessão, descendo uma média diária de 10 cm em Tabatinga e apontando estabilidade com pequenas subidas em Itapéua, apesar do declínio médio diário de 3 cm em Manacapuru.
O rio Acre subiu nos últimos dias. Já o rio Purus em Beruri (AM), voltou a descer uma média diária de 1 cm. Em compensação, um dos maiores afluentes do Negro, o rio Branco, apresentou certa estabilidade nas descidas em Boa Vista e Caracaraí.