Similar a pitangueiras e jabuticabeiras, foram encontrados cinco exemplares da espécie de árvore, que podem estar entre os únicos
Estudada pelo Herbário Municipal há 10 anos, uma nova espécie de árvore identificada como Eugenia rufula foi oficialmente encontrada em Marsilac, no extremo sul da capital paulista. A espécie não correspondia a nenhuma outra já conhecida, por isso tornou-se alvo de estudos do Herbário desde 2014.
“Na época [da descoberta], eu não consegui enquadrar ela em nenhuma outra espécie, e aí ficou por vários anos sem um nome”, conta Eduardo Hortal, biólogo, analista de Meio Ambiente e coordenador da Divisão de Produção e Herbário Municipal. “Até que, em 2023, eu entrei em contato com pesquisadores que são especialistas no grupo. Eles também não conheciam a planta e foi o que levou a gente a concluir que seria uma planta nova”, explica em entrevista.
Pertencente à família Myrtaceae, ela é próxima das pitangueiras e jabuticabeiras e possui altura entre oito e dez metros. Dona de frutos vermelhos e comestíveis, é própria de região montanhosa e de mata fechada.
A pesquisa, que ainda é tida como iniciante, foi publicada na Phytotaxa, uma das maiores revistas científicas do mundo. Até o momento, apenas cinco indivíduos da espécie foram encontrados no meio ambiente e acredita-se que não existam muitos outros espalhados.
Atualmente, a árvore é identificada pela denominação científica devido ao baixo contato das pessoas com a espécie, que ainda não foi batizada com um nome popular em português. “Rufula vem do latim, rufus, que significa avermelhado ou ruivo. Ela tem uma pilosidade [avermelhada] na inflorescência e nas folhas, o que fez com que a gente desse esse nome para ela. Então ficou Eugenia Rufula”, explica Hortal.
Em uma ação no Instagram da Secretária do Meio Ambiente de São Paulo, o público pode ajudar a nomear a espécie de árvore, deixando uma sugestão.