O desmatamento no Cerrado apresentou uma queda de 12,9% entre janeiro e maio deste ano, conforme dados do Sistema de Detecção de Desmatamentos em Tempo Real (Deter). Essa informação foi apresentada nesta quarta-feira (5) pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, durante um evento no Palácio do Planalto em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente.
Durante sua apresentação, Marina Silva ressaltou que, embora os números iniciais sejam promissores, ainda é cedo para determinar se essa redução no desmatamento se manterá ao longo do tempo. Em 2023, o Cerrado sofreu um aumento de 43,6% nas taxas de desmatamento, o que levanta dúvidas sobre a consistência dessa recente queda. “Ainda é o começo, ainda não dá para dizer que isso é uma tendência de queda”, explicou a ministra em entrevista ao programa A Voz do Brasil, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Medidas governamentais para conter desmatamento
Para combater o desmatamento no Cerrado, o governo federal está implementando um plano abrangente de prevenção e controle. Esse plano envolve um diálogo contínuo com os governos dos estados mais afetados pelo desmatamento, bem como reuniões com setores do agronegócio. Marina Silva destacou a necessidade de mostrar que a destruição do Cerrado, juntamente com as mudanças climáticas, não é vantajosa para a produção agrícola brasileira. “Mostramos que a destruição do Cerrado, junto com mudança do clima, não é um bom negócio para a produção agrícola brasileira”, afirmou.
Além disso, a ministra sublinhou a importância estratégica do Cerrado para o equilíbrio hídrico do Brasil. O desmatamento deste bioma já resultou em uma diminuição na vazão dos principais rios e na baixa do lençol freático, o que tem levado algumas regiões a um processo de desertificação. “Com o desmatamento do Cerrado, já tivemos uma diminuição na vazão dos principais rios, além de uma baixa do lençol freático. Regiões que eram apenas semiáridas estão passando por um processo de desertificação”, alertou.
Comparação com a Amazônia
Em contraste com a situação do Cerrado, a Amazônia registrou uma queda significativa no desmatamento, com uma redução de 40% entre janeiro e maio de 2024, e uma queda de 49,8% em 2023. Marina Silva destacou esses números como um exemplo de que as medidas de controle e preservação podem ser eficazes quando implementadas de forma consistente e rigorosa. “Já podemos dizer que na Amazônia temos uma queda consistente”, afirmou a ministra.
A comparação entre os dois biomas revela os desafios distintos que cada um enfrenta, mas também ressalta a importância de políticas ambientais robustas e eficazes. Enquanto os dados do Cerrado necessitam de uma análise prolongada para confirmar uma tendência de queda, os resultados positivos da Amazônia oferecem um vislumbre de esperança e servem como modelo para futuras ações.
O evento no Palácio do Planalto foi uma oportunidade para refletir sobre os avanços e desafios na preservação dos biomas brasileiros. A ministra Marina Silva reafirmou o compromisso do governo federal em intensificar as ações de preservação e sustentabilidade, buscando um equilíbrio entre desenvolvimento econômico e conservação ambiental. Ela enfatizou que, embora o adiamento de autorizações para atividades potencialmente danosas seja um passo inicial, a verdadeira mudança virá com a implementação de políticas de longo prazo que promovam a eliminação gradual dos combustíveis fósseis e a adoção de práticas sustentáveis.
Em conclusão, a queda inicial no desmatamento do Cerrado é um sinal positivo, mas requer vigilância constante e ações contínuas para garantir a proteção desse bioma essencial. A experiência da Amazônia mostra que é possível alcançar resultados significativos através de esforços coordenados e sustentados. A ministra Marina Silva e o governo federal estão determinados a seguir esse caminho, trabalhando para garantir um futuro sustentável para todos os biomas brasileiros.
*Com informações Agência Brasil
Comentários