Concessão de florestas públicas : em um movimento inédito para a conservação da Amazônia, duas unidades de conservação fortemente impactadas pelo desmatamento, a Floresta Nacional de Bom Futuro, em Rondônia, e a Gleba João Bento, que se estende pelos estados de Rondônia e Amazonas, serão as primeiras a serem integradas em um novo modelo de concessão florestais. Este projeto tem como objetivo principal a restauração de vegetação nativa e a geração de créditos de carbono, abrangendo um total acumulado de quase 73 mil hectares de áreas degradadas.
A iniciativa é fruto de uma colaboração entre o Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), formalizada através de um acordo de cooperação técnica assinado no Ministério do Meio Ambiente em Brasília, na última sexta-feira.
Com um aporte de US$ 800 mil em recursos não reembolsáveis fornecidos pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) através do Fundo Verde para o Clima (Green Climate Fund), o projeto marca uma etapa significativa nos esforços do Brasil para combater as mudanças climáticas através da gestão sustentável de suas florestas.
Além do financiamento internacional, o BNDES se comprometeu a investir R$ 30 milhões na realização de estudos preliminares que irão mapear o potencial econômico e ambiental das concessões de florestas públicas na região.
“Esses estudos são cruciais para entendermos o impacto das concessões não só no meio ambiente, mas também nas comunidades locais”, afirmou Nelson Barbosa, diretor de Planejamento e Estruturação de Projetos do BNDES. “Planejamos detalhar não apenas os retornos financeiros, mas também quantos empregos serão criados, qual será a renda gerada e como isso pode beneficiar diretamente as populações das áreas envolvidas.”
Os planos do SFB incluem expandir esse modelo de concessão para abarcar um total de 4 milhões de hectares de florestas públicas federais até 2026, envolvendo tanto a recuperação de áreas degradadas quanto a implementação de práticas de manejo florestal sustentável. As propostas de concessão serão abertas à iniciativa privada, que será responsável por implementar as ações de restauração e manejo em conformidade com os objetivos de sustentabilidade e retorno financeiro estipulados nos estudos.
A expectativa do governo é que essa iniciativa não apenas restaure áreas degradadas, mas também promova o desenvolvimento econômico local através da geração de aproximadamente 25 mil empregos e um incremento na renda dos municípios impactados, que poderia chegar a R$ 60 milhões anuais.
Esses benefícios são vistos como vitais para fortalecer as economias locais e proporcionar novas oportunidades para as comunidades residentes nessas regiões, ao mesmo tempo que se promove a conservação ambiental e o desenvolvimento sustentável da Amazônia.
*Com informações UM SÓ PLANETA
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