A safra 2023/2024 eleva o Brasil ao topo do mercado global, sendo agora o maior exportador de algodão do mundo, ultrapassando os Estados Unidos. Entenda mais sobre este mercado e como a produção sustentável tem sido um diferencial fundamental para o país
A safra 2023/2024 de algodão marcou um momento histórico para o Brasil, que se tornou o maior produtor e exportador de algodão do mundo. O anúncio, realizado semana passada, durante a conferência Anea Cotton Dinner em Comandatuba, na Bahia, celebra a conquista que estava prevista apenas para 2030. Este avanço reflete o intenso trabalho e investimento em pesquisa, desenvolvimento e sustentabilidade que transformaram a indústria algodoeira brasileira.
A ascensão do Brasil no mercado global
Com a colheita de mais de 3,7 milhões de toneladas, o Brasil ultrapassou os Estados Unidos, conquistando o posto de maior exportador de algodão do mundo. A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) destacou que 60% da produção já foi comercializada, refletindo a alta demanda pelo algodão brasileiro nos mercados internacionais.
“A liderança no fornecimento mundial da pluma é um marco histórico, mas não é uma meta em si, e não era prevista para tão cedo. Antes disso, trabalhamos continuadamente para aperfeiçoar nossos processos, incrementando cada dia mais a nossa qualidade, rastreabilidade e sustentabilidade, e, consequentemente, a eficiência”, ressaltou o presidente da Abrapa, Alexandre Schenkel
A reconfiguração da atividade algodoeira brasileira, com foco em pesquisa científica e profissionalismo, foi crucial para esse crescimento. A integração entre produtores de algodão e a indústria têxtil brasileira, promovida por iniciativas como a rede Sou de Algodão, fortaleceu a qualidade e a rastreabilidade dos produtos finais.
O crescimento das exportações brasileiras de algodão foi impulsionado pela maior demanda de países como Paquistão e Bangladesh, que se recuperaram financeiramente e aumentaram suas compras. Os principais mercados do algodão brasileiro incluem China, Vietnã, Bangladesh, Turquia e Paquistão.
O grande diferencial
O Brasil não apenas se destacou pela quantidade de algodão produzido, mas também pela qualidade sustentável de sua produção. Cerca de 84% do algodão brasileiro possui certificações socioambientais, tornando o país o maior fornecedor de algodão sustentável do mundo. A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) criou o selo Algodão Brasileiro Responsável (ABR) em 2012, garantindo a transparência e o comprometimento com a sustentabilidade.
Para ser considerado sustentável, a produção de algodão deve atender a três pilares básicos: ambiental, social e econômico. Entre as práticas ambientais, destacam-se o uso consciente de pesticidas, a otimização do uso da água e a preservação da saúde do solo. Socialmente, a produção valoriza os colaboradores, garantindo boas condições de trabalho e remuneração justa. Economicamente, promove relações justas que beneficiam todo o ecossistema da cadeia produtiva.
Qual a diferença do algodão orgânico para o sustentável?
Muita gente pode acabar por confundir esses dois termos, acreditando que são sinônimos ou quase isso. Porém, na verdade são coisas muito diferentes.
Enquanto o algodão sustentável é cultivado em larga escala com tecnologias que garantem alta produtividade e qualidade, o algodão orgânico é produzido sem defensivos químicos e tem menor produtividade. Apesar das diferenças, ambos os tipos de algodão têm seu espaço no mercado, atendendo a diferentes nichos de consumidores.
O futuro da indústria algodoeira brasileira
A liderança do Brasil no mercado global de algodão apresenta desafios e oportunidades. A necessidade de continuar investindo em tecnologias sustentáveis e a manutenção da qualidade são fundamentais para consolidar essa posição. O compromisso do Brasil com a sustentabilidade na produção de algodão é um diferencial competitivo importante. A contínua adaptação às demandas ambientais e sociais globais será crucial para manter o crescimento e a relevância no mercado internacional.
Com informações da Agência Brasil
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