A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara (PSOL), emitiu um apelo para a inclusão de mais representantes indígenas na Cúpula de Belém, evento convocado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com o objetivo de definir uma posição conjunta dos países da região amazônica para a próxima COP28. Segundo Guajajara, o atual formato da reunião não prevê uma representação indígena suficientemente ampla.
“Eu acho que precisa incluir mais participação indígena no momento da cúpula dos presidentes,” declarou a ministra Sônia Guajajara em uma entrevista exclusiva à ANSA, menos de 20 dias antes da reunião marcada para os dias 8 e 9 de agosto.
A Cúpula de Belém ocorrerá no contexto da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA). Este grupo inclui Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela, cujos povos indígenas também estão em busca de mecanismos permanentes de participação.
“Esperamos que a cúpula possa de fato trazer mecanismos concretos de proteção da biodiversidade, das florestas e principalmente dos direitos dos povos indígenas e comunidades tradicionais, e pensar também a segurança dos defensores e defensoras do meio ambiente e dos povos indígenas, que acabam sendo um alvo muito grande de assassinatos e violência,” enfatizou a ministra.
“Diálogos Amazônicos”: Pré-Cúpula e Direitos Indígenas
Previsto para acontecer entre os dias 4 e 6 de agosto, Belém se prepara para receber cerca de mil indígenas dos países da Amazônia para um evento conhecido como “Diálogos Amazônicos”. Este encontro será uma espécie de pré-cúpula, na qual os povos nativos terão a oportunidade de discutir um documento a ser apresentado aos presidentes na Cúpula de Belém.
“Enquanto ministra, estou trabalhando para que os governos possam agregar esse documento. É preciso aumentar bem a participação indígena nesses processos de discussão da proteção da Amazônia e nos espaços de tomada de decisão”, ressaltou Guajajara.
*Com informações da ISTOÉ
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